A Co­missão Con­ce­lhia de Can­ta­nhede do PCP está contra a pri­va­ti­zação da em­presa mu­ni­cipal Bi­o­cant, de­ci­dida pela Câ­mara e As­sem­bleia mu­ni­ci­pais com os votos de PSD e PS, e já fez saber que in­ter­virá «pelos meios ao seu dispor» para que o pro­cesso seja in­ter­rom­pido e re­ver­tido. A em­presa, de­tida pela au­tar­quia através de duas as­so­ci­a­ções – a As­so­ci­ação Beira Atlân­tico Parque/ ABAP e a As­so­ci­ação de Trans­fe­rência de Bi­o­tec­no­logia – de­verá ser ven­dida à Green In­no­va­tions. O PCP não com­pre­ende as ra­zões da pri­va­ti­zação da em­presa uma vez que ela foi «im­ple­men­tada com in­ves­ti­mento pú­blico, con­ce­bida, ad­mi­nis­trada e ge­rida pela Câ­mara Mu­ni­cipal, ga­nhou a di­mensão e a pro­jecção que tem hoje sem ter o es­ta­tuto de em­presa pri­vada». A Boi­cant, acres­centa a Co­missão Con­ce­lhia do PCP, in­tegra o de­par­ta­mento de Bi­o­tec­no­logia da Uni­ver­si­dade de Coimbra e tem ao seu ser­viço 270 pes­soas, tra­ba­lha­dores qua­li­fi­cados, dos quais muitos são in­ves­ti­ga­dores ci­en­tí­ficos.

O Par­tido re­jeita também a ló­gica tantas vezes apre­goada de que o «pri­vado gere me­lhor e que é mais efi­ci­ente do que o pú­blico», lem­brando casos como a banca, a PT/​Al­tice, os CTT ou a EDP. Há ainda ques­tões re­la­ci­o­nadas com even­tuais con­flitos de in­te­resses que o PCP quer ver cla­ri­fi­cadas: «como é pos­sível que a mesma pessoa que vai as­sumir a di­recção tenha sido sido di­rector exe­cu­tivo e ci­en­tí­fico da Bi­o­cant en­quanto em­presa pú­blica desde a fun­dação até agora e que vá con­ti­nuar como di­rector da em­presa pri­va­ti­zada? (…) Também o ex-pre­si­dente da Câ­mara que também é pre­si­dente do con­selho de ad­mi­nis­tração da Bi­o­cant tomou parte na de­cisão da pri­va­ti­zação. Qual vai ser o seu papel na em­presa pri­va­ti­zada?»