Greve a 23 de Fevereiro para reverter privatização dos CTT

CON­TESTAÇÃO Sem qual­quer aviso prévio, na sexta-feira, 19, fe­charam oito es­ta­ções dos Cor­reios de Por­tugal. Para 23 de Fe­ve­reiro está mar­cada uma greve em todas as em­presas do grupo CTT e uma ma­ni­fes­tação em Lisboa.

Pri­va­ti­zação dos CTT de­gradou a qua­li­dade dos ser­viços

Quem se des­locou, dia 19, às es­ta­ções dos CTT de Ave­nida (Loulé), Fi­lipa de Len­castre (Sintra), Jun­queira (Lisboa), La­vradio (Bar­reiro), Olaias (Lisboa), So­corro (Lisboa), Uni­ver­si­dade (Aveiro) e Bar­ro­si­nhas (Águeda) en­con­trou as portas en­cer­radas. «Assim se cumpre a de­ter­mi­nação da gestão dos CTT-Cor­reios de Por­tugal, S.A. em con­ti­nuar a des­truição da rede pú­blica postal», acusa, em nota de im­prensa, o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores dos Cor­reios e Te­le­co­mu­ni­ca­ções (SNTCT), que exige a «re­versão total da pri­va­ti­zação» da em­presa.

Dois dias antes, 17, o SNTCT en­tregou ao pre­si­dente da As­sem­bleia da Re­pú­blica (AR) uma pe­tição, com cerca de nove mil as­si­na­turas, contra o en­cer­ra­mento das 22 es­ta­ções dos CTT anun­ciado no âm­bito do plano de res­tru­tu­ração da em­presa. Além da en­trega do do­cu­mento, de­correu à porta da AR uma con­cen­tração de di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais.

Ontem, 24, o Mo­vi­mento de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos (MUSP) en­tregou ao di­rector dos CTT da Areosa um abaixo-as­si­nado com cerca de 1500 as­si­na­turas. O do­cu­mento foi também en­viado ao Go­verno, aos grupos par­la­men­tares da AR, à Câ­mara Mu­ni­cipal de Gon­domar e Junta de Fre­guesia de Rio Tinto. O en­cer­ra­mento desta es­tação «dei­xará mi­lhares de utentes aban­do­nados à sua sorte», ad­verte o MUSP.

Repor a nor­ma­li­dade
No se­gui­mento das ac­ções le­vadas a cabo – também contra o des­pe­di­mento en­ca­po­tado de, pelo menos, 800 tra­ba­lha­dores e da não re­no­vação de con­tratos – vá­rias or­ga­ni­za­ções de tra­ba­lha­dores (SNTCT, SIN­DE­TELCO, SINCOR, SIN­TAAV e co­mis­sões de tra­ba­lha­dores) de­ci­diram levar a cabo uma grande ma­ni­fes­tação de tra­ba­lha­dores, utentes e po­pu­lação, no dia 23 de Fe­ve­reiro, em Lisboa, às 14h30, com des­file do Marquês de Pombal até à re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro. Para esse dia está de­cre­tada uma greve em todas as em­presas do grupo CTT.

In­ter­venção ur­gente
A con­tes­tação ao en­cer­ra­mento das es­ta­ções tem acon­te­cido de Norte a Sul do País. No dia 19, os di­ri­gentes do SNTCT jun­taram-se à po­pu­lação de Olaias, em Lisboa. O pro­testo contou, também, com a pre­sença do Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, Ar­ménio Carlos, que instou o Go­verno a ter uma «in­ter­venção ur­gente» face às ati­tudes «pre­po­tentes e ar­ro­gantes» por parte da ad­mi­nis­tração dos CTT.

No mesmo dia, o Se­cre­ta­riado da Di­recção da Ci­dade de Lisboa do PCP emitiu um co­mu­ni­cado a exigir a «re­a­ber­tura ime­diata das es­ta­ções ao ser­viço das po­pu­la­ções».

Hoje, 25, às 17h30, está pre­vista uma marcha contra o en­cer­ra­mento da es­tação de Ca­ma­tare, Loures, com início na Praça 1.º de Maio.

Des­truição de ser­viços
No dis­trito de Aveiro, os CTT querem en­cerrar três es­ta­ções. «Esta me­dida terá graves im­pli­ca­ções na vida de todos os utentes dos CTT», ad­verte a Co­missão Con­ce­lhia de Águeda do PCP, que na sexta-feira re­a­lizou uma acção de con­tacto junto da po­pu­lação. Junto à es­tação da Uni­ver­si­dade de Aveiro, os co­mu­nistas re­cla­maram uma pos­tura firme da au­tar­quia e ape­laram às po­pu­la­ções a que «não se re­signem e lutem contra esta de­cisão in­justa e le­siva do in­te­resse pú­blico».

Na Ma­deira, o PCP es­teve reu­nido com o SNTCT. No final, Ri­cardo Lume, de­pu­tado co­mu­nista na As­sem­bleia Le­gis­la­tiva, su­bli­nhou que «o ca­minho de de­gra­dação do ser­viço postal é uma re­a­li­dade que foi acen­tuada com a pri­va­ti­zação da em­presa».

A As­sem­bleia de Fre­guesia de Riba de Ave, Fa­ma­licão, aprovou, dia 16, por una­ni­mi­dade, uma moção apre­sen­tada pela CDU em que se de­li­bera re­jeitar o en­cer­ra­mento da es­tação dos CTT, assim como a trans­fe­rência dos ser­viços dos cor­reios para a sede da Junta de Fre­guesia, numa re­acção ao anúncio da aber­tura, por parte da em­presa, de 14 pontos de acesso, na grande mai­oria em edi­fí­cios de au­tar­quias.




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