Nada no OE impede aumentos salariais

«Nada no Orçamento do Estado para 2018 impede que os trabalhadores vejam valorizados os seus salários», salientou a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, quando levantou a reivindicação de valorização salarial na CP (Comboios de Portugal), na IP (Infra-estruturas de Portugal, que resultou da fusão da Refer com a EP) e na EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, do Grupo CP).
Neste último caso – em que a Fectrans/CGTP-IN e o seu Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário mantêm na ordem do dia a exigência de decisões que garantam o futuro da empresa – ficou agendada para amanhã, dia 19, uma reunião entre representantes sindicais e da administração, para iniciar a discussão das reivindicações com impacto na remuneração dos trabalhadores.
Na anterior reunião, há um mês, a administração da EMEF admitiu que poderá rever o valor do subsídio de turno e analisar o problema dos trabalhadores bloqueados no topo das categorias profissionais. O sindicato vai para esta negociação mantendo as reivindicações salariais e de revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras.
Esta terça-feira, dia 16, o SNTSF avisou que a administração da CP «tem de optar pela negociação ou pelo conflito», uma vez que os trabalhadores não podem aceitar a proposta patronal de Regulamento de Carreiras. O sindicato, num comunicado em que recusa mais desigualdades salariais, critica a intenção de subir apenas 0,94 por cento no índice remuneratório mais baixo, enquanto no índice mais elevado da tabela salarial o aumento proposto é de 4,07 por cento.
A Fectrans e o sindicato não aceitam que continuem a vigorar os salários de 2009.

 

Sector privado

O acréscimo salarial de 15 euros, anunciado sem negociação pela administração da Medway (empresa da multinacional MSC a quem foi entregue a CP Carga), acrescido de «um incremento percentual de 0,5 por cento sobre o valor indiciário», foi anteontem considerado insuficiente pela Fectrans, que insistiu na proposta sindical de 40 euros. Numa nota que divulgou esta terça-feira, a federação lembrou que a administração «respondeu com disponibilidade para negociar» a reivindicação. A decisão unilateral é encarada pela federação como «sinal de que tem possibilidade, perante a mobilização dos trabalhadores», de chegar a valores superiores.

A frente sindical da Altice Portugal (multinacional a quem foi alienado o Grupo PT, incluindo a MEO) constituída pelo Sinttav, o STPT, o SNTCT, o STT, o Sindetelco, o Sinquadros, e o Sitese, decidiu aguardar até amanhã, dia 19, que a administração respondesse à proposta salarial dos sindicatos, reclamando aumentos de 50 euros, entregue em Novembro. Num comunicado conjunto, citado dia 9 pela agência Lusa, os sindicatos admitiram que, uma vez que já estava ultrapassado o prazo legal, podem requerer a passagem à fase de conciliação, no Ministério do Trabalho.

 



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