Em defesa do emprego e da produção nacional
ECONOMIA O PCP intervém em todas as frentes para garantir a continuidade da laboração na Cofaco, na General Electric e na Electro Arco e defender os postos de trabalho e os direitos.
A estratégia das multinacionais passa por encerrar e deslocalizar
Perante o anunciado encerramento da Cofaco, empresa conserveira da Ilha do Pico, e o despedimento dos seus 180 trabalhadores, o PCP – através de um comunicado de dia 10 de Janeiro emitido pela Direcção da Organização Regional do Arquipélago dos Açores/DORAA – assume o compromisso de «tudo fazer para exigir uma intervenção do Governo Regional sobre esta matéria». A empresa, lembra o Partido, está desde a década de 60 do século XX a laborar na Madalena do Pico e tem tido aí um «papel fulcral ao longo destes anos no desenvolvimento económico e social da ilha, com impacto na economia regional». É líder nacional na produção de conservas.
Nesse comunicado, o PCP denuncia os «contornos de pouca clareza e seriedade» que rodeia o processo de encerramento da Cofaco e respectivo despedimento colectivo de 180 trabalhadores, e a «falta de diálogo com os trabalhadores». A administração chegou mesmo a garantir que não estava em causa qualquer despedimento e agora avança com um despedimento colectivo.
Realçando que para além dos postos de trabalho directos estão em causa os indirectos, que podem chegar a uma centena, o Partido alerta para as consequências gravíssimas que o eventual encerramento da Cofaco terá na já débil economia da região. Os comunistas apelam aos trabalhadores para que lutem em defesa do emprego e dos direitos, garantindo total solidariedade política e institucional com esta luta. Pela sua parte, levará a questão à Assembleia Legislativa Regional, Assembleia da República e Parlamento Europeu.
Mais despedimentos em Setúbal
No concelho de Setúbal, a organização do Partido está a distribuir aos trabalhadores da General Electric um comunicado em que dá a conhecer as iniciativas que tem tomado a nível institucional em defesa da continuidade da laboração da empresa: uma pergunta ao ministro do Trabalho acerca do conhecimento que tem da intenção da empresa em despedir 200 trabalhadores e as medidas que pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho; e uma outra ao secretário de Estado da Internacionalização e ao ministro da Economia sobre os apoios concedidos à General Electric e as obrigações contratualizadas entre esta e o Estado.
Para o PCP, que garante toda a solidariedade e apoio aos trabalhadores, está-se perante a concretização daquela que é uma forma de actuação corrente das multinacionais: a aquisição de outras empresas do seu ramo para as encerrar e deslocalizar, ficando com os seus clientes e encomendas. É o que se passa também em Palmela, onde a Comissão Concelhia do PCP repudia a intenção da multinacional norte-americana Lincoln Electric de encerrar a unidade de produção da Electro Arco na Venda do Alcaide.
Actualmente com 60 trabalhadores afectos à produção de eléctrodos para os mercados nacional e internacional, a empresa foi em 2016 uma das que, na região, teve maior volume de negócio. O anunciado encerramento segue-se ao fecho da unidade de produção de fio para soldadura, em 2008, e ao despedimento colectivo de 2013. Apesar disso, a empresa pretende continuar a vender para Portugal e há informação de que pretende abrir uma nova fábrica na Roménia.