Novo escândalo fiscal implica empresas, políticos e celebridades

Um vasto arquivo de documentos sobre empresas em paraísos fiscais foi revelado, domingo, 5, pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

Denominado «Paradise Papers», o novo escândalo fiscal surge apenas 18 meses após o seu predecessor «Panamá Papers».

Ambos resultam do trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que analisou os documentos em parceria com o referido jornal alemão e outros 94 órgãos de comunicação social de diferentes países.

Ambos lançam luz sobre as «relações profundas» do sistema de empresas sedeadas em paraísos fiscais com o mundo da política, das grandes fortunas e das principais multinacionais do planeta.

Segundo os primeiros dados divulgados da investigação, que se prolongou por mais de um ano, 120 políticos e dirigentes de quase 50 países, bem como conhecidas personalidades da vida cultural e desportiva, estão implicadas em actividades que configuram evasão fiscal.

As informações lançam novas suspeitas sobre bancos e empresas como o Citigroup, Bank of America, Deutsche Bank, Apple, Uber, Nike, Deutsche Post/DHL, Siemens, Allianz, entre outros.

À liça vêm nomes como o da rainha de Inglaterra, de Gerhard Schröder, antigo chanceler alemão, membros do governo norte-americano de Donald Trump, incluindo Gary Cohn, o principal assessor económico do presidente, Rex Tillerson, actual secretário de Estados dos EUA, Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, e Jon Huntsman, o novo embaixador dos EUA na Rússia. Estrelas da música pop como Bono e Madonna são igualmente referidos como tendo investimentos em paraísos fiscais.

A maior parte dos documentos tem origem nos registos do escritório de advogados Appleby e do provedor de serviços corporativos, Estera. A Appleby, fundada nas Bermudas, tem escritórios também nas Ilhas Virgens britânicas, nas Ilhas Caimão, em Hong Kong e em Xangai.

 



Mais artigos de: Europa

Contratação colectiva garante direitos laborais em França

Em plena vaga de contestação em França à reforma laboral por decreto, sindicatos em diferentes sectores de actividade desenvolvem esforços para consolidar direitos através de convénios colectivos sectoriais. Após uma série de acções de luta,...

Programa da Comissão para 2018: nada de novo

Na última sessão plenária do Parlamento Europeu, a Comissão Europeia apresentou o seu Programa de Trabalhos para 2018. No essencial, nenhuma novidade, a repetição das mesmas linhas orientadoras apresentadas em 2014, agora relinhavadas face ao que tem sido a dita discussão...