Cresce ingerência externa na Venezuela bolivariana
SOBERANIA O Partido Comunista Português reafirmou a solidariedade com a Venezuela bolivariana e a luta dos trabalhadores e o povo venezuelanos em defesa dos seus direitos e soberania.
O «plebiscito» ilegal constitui uma farsa provocatória
O PCP condenou a campanha golpista orquestrada pelo imperialismo norte-americano em conluio com a grande burguesia e a reacção internas, com vista à destruição das conquistas democráticas, progressistas e soberanas alcançadas na Venezuela com a Revolução bolivariana.
Associando-se à Jornada Internacional de Solidariedade com a Revolução bolivariana, a 14, o PCP denunciou «a escalada de ingerência externa e a ameaça de imposição de novas sanções e medidas de autêntica guerra económica, nomeadamente por parte dos EUA, contra a República Bolivariana da Venezuela». E apelou à condenação de tais práticas, violadoras dos princípios elementares do direito internacional e que atentam contra o direito inalienável do povo venezuelano a decidir soberanamente sobre o seu futuro.
Sublinhando a necessidade de desmascarar os interesses e objectivos que se movem por detrás da escalada de violência terrorista na Venezuela e da campanha de mistificação que a acompanham – que servem a agenda estratégica do imperialismo na América Latina e Caraíbas –, o PCP alertou para as tentativas para aprofundar o plano golpista, incluindo com a fictícia criação de instituições paralelas, procurando criar as condições propícias a uma intervenção externa na Venezuela.
Para o PCP, o eventual sucesso do plano golpista em curso acarretaria gravíssimas consequências para os trabalhadores e o povo venezuelanos – assim como para os emigrantes portugueses na Venezuela – e significaria «a concretização dos propósitos do imperialismo e das transnacionais de restaurar a via para o saque dos importantes recursos naturais da Venezuela».
«Farsa provocatória»
A realização de um designado «plebiscito», no domingo, 16, à margem e em desrespeito pela Constituição da Venezuela, constitui «uma autêntica farsa provocatória que pretende antecipar e atingir a realização das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, iniciativa legítima e conforme ao estabelecido na Constituição da Venezuela, convocada para 30 de Julho». As mesmas forças antidemocráticas que em 2002 instigaram e protagonizaram o golpe de Estado fracassado para afastar o presidente Hugo Chávez e liquidar a Constituição bolivariana de 1999 e o processo popular, apresentam-se agora hipocritamente como os defensores da ordem constitucional.
Na situação na Venezuela, constatam-se problemas e dificuldades económicas e sociais que são expressão da crise estrutural do capitalismo e, em especial, da implacável guerra económica movida pelo imperialismo e a oligarquia contra o processo bolivariano, nomeadamente através da promoção do bloqueio financeiro, da sabotagem, do açambarcamento, da especulação de preços, que visam dificultar o acesso a bens essenciais por parte da população.
A investida golpista contra a Revolução bolivariana insere-se na contra-ofensiva lançada pelo imperialismo e as oligarquias para reverter os avanços e conquistas de afirmação soberana, democráticas e progressistas alcançadas na América Latina e Caraíbas, impedir a consolidação dos espaços de cooperação regionais entretanto criados – como a Alba-TCP, a Unasul ou a Celac – e isolar e derrotar os processos de transformação social que afrontam a hegemonia do imperialismo norte-americano.
O PCP, em nota do seu Gabinete de Imprensa, reafirmou a solidariedade com o povo venezuelano, o governo constitucional do presidente Nicolás Maduro, o PCV, o PSUV e o conjunto de forças patrióticas, progressistas e revolucionárias. E manifestou confiança «na resistência, unidade e capacidade da luta organizada dos trabalhadores e do povo venezuelano para impedir a consumação dos violentos e retrógrados objectivos das forças golpistas, salvaguardar a paz, soberania e independência nacionais e defender e fortalecer o caminho libertador da Revolução bolivariana».