Qual é ela?
Qual é a organização, qual é ela, que distribuiu no Encontro Nacional da Juventude dois folhetos em que se apresenta com as frases «Olá. Somos quem te representa» e «Tu decides»?
Dizem eles que são «os teus [dos jovens] representantes junto dos órgãos de decisão», nomeadamente Governo, Parlamento, instituições nacionais, autarquias e, pasme-se, Escola e Estabelecimentos de Ensino Superior. Ora como se sabe, não estando as organizações partidárias de juventude excluídas ou afastadas da vida das escolas, quem representa os Estudantes é o Movimento Associativo Estudantil nas suas diversas expressões. Tal afirmação só pode advir da visão de partidarização e instrumentalização das estruturas do Movimento Associativo, a qual ao longo dos anos tem sido também responsável pelo afastamento de tantos estudantes da vida associativa.
No documento «Tu decides», os ditos representantes questionam o leitor sobre o que cada um escolheria se, sendo dirigente de uma Associação de Estudantes, tivesse de «decidir o que fazer com um subsídio de 10 000€».
Pergunta que só pode advir da mais absoluta falta de vergonha, pela razão simples de que essa organização suportou um Governo que se notabilizou, exactamente, por sonegar ao Movimento Associativo o reconhecimento e os apoios a que este tem direito.
Os jovens que sustentaram esse governo de má memória vêm agora sugerir que, com os 10 000 euros os jovens comprem mais computadores para a escola e instalem um sistema de wi-fi. Faz sentido porque os cortes orçamentais que impuseram à escola pública foram de tal monta que esta hoje não tem meios para assumir essas despesas básicas.
«Fazer política é ajudar a resolver os problemas das pessoas», escreve a tal organização. Isso é verdade. A questão é que nós não esquecemos que no apoio ao governo PSD/CDS, a JSD (é deles que falamos, sim) optou por ajudar certas pessoas – os detentores do capital – contra os interesses e direitos de outras pessoas – a generalidade dos jovens portugueses.