Marcha em Okinava contra base dos EUA
PROTESTO Organizações sindicais e sociais de Okinava promoveram no domingo, 14, uma marcha de protesto contra a instalação de uma nova base dos EUA no arquipélago japonês.
Japão deve unir-se à luta para proibir as armas nucleares
Segundo a Prensa Latina, os manifestantes, que exigem o encerramento definitivo de todas as instalações norte-americanas já existentes, percorreram a zona costeira do distrito de Henoko, na cidade de Nago, onde o governo central do Japão se propõe instalar, no centro militar que está a ser construído, a nova unidade de Infantaria da marinha dos EUA. O projecto tem a oposição do governador de Okinava, Takeshi Onaga, que ameaça voltar a recorrer aos tribunais e a todos os mecanismos legais ao seu dispor para impedir a construção das novas instalações, susceptíveis de provocarem danos ambientais irreparáveis, designadamente a destruição do ecosistema dos recifes de coral.
Em Novembro de 2016, um tribunal japonês condenou o governo central do país a pagar 22 milhões de dólares aos habitantes de Okinava como compensação pela contaminação acústica provocada pelo ruído dos aviões da base aérea de Futenma. O tribunal rejeitou no entanto o pedido dos moradores para que fosse decretada a suspensão dos voos, alegando que o Japão não pode regular as operações do aviões militares norte-americanos, de acordo com o tratado de segurança entre os dois países.
Pela paz
Yasui Masakazu, secretário-geral do Conselho Japonês contra as Bombas A e H (Gensuikyo), divulgou entretanto uma declaração em que insta os governos dos EUA e da Coreia do Norte a pôr fim à escalada de ameaças sobre o recurso a armas nucleares, ao mesmo tempo que exige ao governo do Japão uma diplomacia firme contra qualquer possibilidade de guerra, em particular com recurso a armas nucleares.
O documento, citado pela agência Pressenza, considera revoltante o facto de o primeiro-ministro Shinzō Abe e o respectivo governo terem manifestado apreço pelo discurso de Trump admitindo o recurso à violência contra a Coreia do Norte. Sublinhando que tal posição é «totalmente inaceitável», o texto recorda que o apoio à violência viola a Constituição do Japão, a qual estipula que o «povo japonês abandona para sempre o seu direito como nação de declarar estado de guerra e de ameaçar com o uso da força como meio de solucionar conflitos internacionais».
Yasui Masakazu, considerando que a tensão que se vive na região confirma mais uma vez a urgência e legitimidade da luta internacional para proibir e eliminar as armas nucleares, lembra que dois terços dos países membros da ONU iniciaram negociações para chegar a um tratado que proíba aquelas armas. O tratado deverá estar pronto em Julho, nas vésperas da comemoração do 72.º aniversário do ataque dos EUA a Hiroshima e Nagasaki com bombas atómicas.
A declaração de Masakazu conclui que para chegar a uma solução pacífica da actual crise, o governo do Japão, único país que sofreu a tragédia de uma bomba atómica, deve unir-se à luta para proibir as armas nucleares e apelar a todos os envolvidos para que se juntem à luta pela proibição total do armamento nuclear.