Jovens? Eles andam aí!

João Frazão

«O menino não pode distribuir esses papéis e afixar coisas na vedação que isto é uma escola!», dizem uns. «Se hoje forem à manifestação as faltas valem a dobrar!, advertem outros.

Nos últimos anos tem-se intensificado os ataques às liberdades e garantias democráticas em todos os planos da vida nacional, com forte expressão nas escolas do Ensino Básico e Secundário.

Decidida pelos centros de decisão do capital, que os quer «mansinhos», e justificada no cumprimento do dito «Estatuto do Aluno», aprovado por PSD e PS, tal ofensiva está presente nas tentativas de impedir RGA, de controlar processos eleitorais para as AE, na retirada de propaganda política ou de grupos de estudantes das instalações escolares, no recurso às forças de segurança para impedir acções de luta ou meras acções de propaganda.

Ao mesmo tempo que se chora lágrimas de crocodilo pela pouca participação da juventude e se lança iniciativas, algumas meritórias, para a incrementar e para desenvolver o gosto pela política, algumas com avultados meios, na prática, no dia-a-dia, o que se regista é a tentativa de silenciar e manietar a sua opinião e impedir a sua participação de facto.

O que se pretende não é a participação política dos jovens, ou que assumam nas suas mãos a transformação dos seus destinos, mas sim que alguns deles, de preferência os filhos da burguesia, se envolvam em acções de simulação ou mimetização de actividades institucionais e/ou parlamentares, onde podem brincar com a «máquina», sem nunca acederem aos seus comandos.

Como a história prova, e como o 11.º Congresso da JCP, que se realiza este fim de semana em Setúbal – estamos certos – demonstrará, a participação popular, e designadamente da juventude, é imparável, o que aliás se viu por estes dias à porta de muitas escolas dos ensinos Básico e Secundário, em muitas instituições do Ensino Superior e nas ruas de Lisboa na grande manifestação nacional da juventude trabalhadora. Eles andam aí!




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