Não foram detectados problemas mecânicos na avioneta que se despenhou provocando a morte a um dos juízes da operação Lava-Jato, no passado dia 19, adiantaram fontes da investigação conduzida pelas autoridades aeronáuticas brasileiras. Teori Zavaski, até então magistrado do Supremo Tribunal de Justiça, era uma peça central no processo de averiguações a esquemas de corrupção, desvio de fundos e financiamento ilegal de partidos e campanhas eleitorais envolvendo a petrolífera estatal Brasil, sendo sua competência homologar os acordos de troca de pena por declarações relevantes.

Entre as delações premiadas em que trabalhava Zavaski estavam as respeitantes a cerca de 70 quadros de topo da construtora Odebrecht, consideradas cruciais por alegadamente incriminarem altas figuras da política brasileira.

Actualmente encontram-se acusadas no âmbito da Lava-Jato 259 pessoas. Um dos procuradores garantiu a semana passada à France Press e que com as colaborações obtidas junto de funcionários da Odebrecht serão desencadeadas «novas investigações em todo o Brasil» e, consequentemente, vai aumentar o número de acusados e detidos.

Entretanto, a polícia brasileira tentou, por estes dias, executar um mandato de captura contra aquele que já foi o homem mais rico do Brasil. Os seus advogados indicaram que Eike Batista se encontra em negócios em Nova Iorque mas autoridades federais suspeitam que este pode estar a tentar fugir para a Alemanha, donde dificilmente será extraditado porque detém nacionalidade germânica. Eike Batista está, para já, indiciado por suborno ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.