O PSD tem «novo líder»
Os «spin doctors» do marketing político e da política-espectáculo são especialistas de manipulação político-mediática, fabricação de imagem de candidatos, criativos e coreógrafos de campanhas de milhares de milhões do zénite de mistificação e perversão em que se converteu a «democracia» nos USA e não só.
Em Portugal tem crescido a acção dos «doutores em manipulação». É agora o caso com a campanha de branqueamento e relançamento da imagem de Passos Coelho, como se fosse um «novo líder do PSD», cujos criativos serão em breve conhecidos do «mercado».
A campanha apoia-se nos mecanismos de esquecimento da ideologia mediática, que favorece o apagamento dos factos em vinte e um dias (segundo cálculos actualizados), submersos pelo tsunami persistente de informação espectacular, superficial, fragmentada, irrazoável e inconsequente.
Neste caso trata-se de fazer esquecer P. Coelho primeiro-ministro do governo PSD/CDS que foi ainda mais longe do que a troika no saque aos trabalhadores e ao povo. Um governo que, designadamente na TSU – matéria subjacente aos dislates recentes –, propôs em 2012 o corte de 5,75% na taxa paga pelas empresas e o aumento de 7% da mesma TSU para a Segurança Social paga pelos trabalhadores. O valor da operação – derrotada pela luta – era de mais de dois mil milhões de euros, retirados aos trabalhadores para, sem criar um único emprego, repercutir nos lucros das transnacionais sedeadas no estrangeiro e que nem pagam impostos em Portugal.
A promoção de P. Coelho ganhou visibilidade com o almoço com o PR e o apoio do Expresso/SIC, TVI, Sol, Público, DN e amigalhaços, fez constar que afinal está vivo, que o PSD «ganhou um líder da oposição», «mais combativo», com «nova fórmula» e «confiança», que rejeita dar a mão ao PS (salvo em matéria tão grave como as competências autárquicas, com o patrocínio de M.R.Sousa) e que visa demonstrar que a «geringonça» não tem futuro.
Sabe ele bem que a «geringonça» nunca existiu, que o que temos é um governo do PS, com uma nova correlação de forças na AR que reverteu algumas políticas mais gravosas do PSD/CDS. E sabemos todos que a notícia do «novo líder» está um pouco exagerada. De novo só as próximas derrotas do PSD.