Hollande à margem da lei

O pre­si­dente francês or­denou a eli­mi­nação de di­versos sus­peitos de ter­ro­rismo. Fran­çois Hol­lande já tinha ad­mi­tido que du­rante o seu man­dato as­sinou or­dens de li­qui­dação de ale­gados ter­ro­ristas, mas o caso está a ser se­guido com atenção pelos meios de co­mu­ni­cação so­cial gau­leses que adi­antam que as ope­ra­ções clan­des­tinas foram re­a­li­zadas em países do Médio Ori­ente e África.

O re­pu­tado diário Le Monde, que há meses pu­blicou en­tre­vistas nas quais o ainda chefe de Es­tado francês ad­mite exe­cu­ções ex­tra­ju­di­ciais, tem por estes dias ques­ti­o­nado a le­ga­li­dade destas, mesmo con­si­de­rando a in­vo­cação da le­gí­tima de­fesa co­lec­tiva. Em causa está não apenas o facto da­quelas ocor­rerem fora do ter­ri­tório na­ci­onal, como serem le­vadas a cabo sem que os alvos te­nham sido jul­gados e exer­cido o di­reito a de­fesa, como ainda por se sus­peitar que al­guns dos vi­sados te­riam pas­sa­porte francês, o que, su­blinha o jornal, co­loca o apa­relho mi­litar de França na po­sição de car­rasco dos seus pró­prios ci­da­dãos – missão con­trária à que lhe está con­fiada.

Esta úl­tima questão já havia sido le­van­tada nos EUA a pro­pó­sito de ini­ci­a­tivas se­me­lhantes as­su­midas pelo pre­si­dente Ba­rack Obama com re­curso a equipas de ma­ta­dores ou a bom­bar­de­a­mentos se­lec­tivos efec­tu­ados por aviões tri­pu­lados à dis­tância.

Num livro in­ti­tu­lado «Erros Fa­tais», o jor­na­lista francês Vin­cent Nou­zille acres­centa al­guns dados sobre o papel de Fran­çois Hol­lande, de­sig­na­da­mente o pe­ríodo em que a mai­oria das or­dens de li­qui­dação foram as­si­nadas, de 2013 a 2016, o nú­mero de vi­sados, cerca de quatro de­zenas, e a co­la­bo­ração de ser­viços se­cretos de países ali­ados.




Mais artigos de: Europa

Ameaça aos direitos e liberdades

Ao pro­cesso de in­te­gração ca­pi­ta­lista não são alheios os su­ces­sivos e con­sis­tentes ata­ques aos di­reitos, li­ber­dades e ga­ran­tias dos ci­da­dãos, numa di­nâ­mica di­tada por po­lí­ticas se­cu­ri­tá­rias e mi­li­ta­ristas.

Mar da morte <br>às portas da Europa

Pelo ter­ceiro ano con­se­cu­tivo, a rota mi­gra­tória do Me­di­ter­râneo foi aquela em que mor­reram mais imi­grantes e re­fu­gi­ados, de­nun­ciou a Or­ga­ni­zação In­ter­na­ci­onal das Mi­gra­ções (OIM).

Perdas na UE

As san­ções im­postas à Fe­de­ração Russa por EUA e União Eu­ro­peia (UE) estão na base da eli­mi­nação de quase 400 mil postos de tra­balho e na perda de 17,6 mil mi­lhões de euros na UE.

Realidade desmente <br><i>brexit</i> catastrófico

O Banco de Inglaterra admitiu que os prognósticos sobre o impacto negativo da vitória do sim no referendo à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia (UE), foram manifestamente exagerados. Numa conferência realizada sexta-feira, 6, organizada por um grupo de...

Sérvia quer julgar <br>ex-primeiro-ministro kosovar

A República da Sérvia pretende que as autoridades gaulesas actuem «em conformidade com o Estado de direito» e extraditem o ex-primeiro-ministro do Kosovo, detido em França no âmbito de uma mandato de captura internacional emitido pela justiça sérvia através da...

2017

Na viragem do ano, o cenário de profunda e persistente crise na e da União Europeia leva analistas, comentadores e autoproclamados «europeístas» de matizes diversos a alinharem, sem variações de monta, prospectivos vocábulos para 2017:...