Greve geral na Grécia
contra medidas antipopulares

Credores apertam garrote

Os trabalhadores dos diferentes sectores cumpriram, dia 8, uma greve geral na Grécia, em protesto contra novas medidas de austeridade e ataque aos direitos laborais.

OE para 2017 prevê mais impostos e cortes

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Convocada pelas principais centrais sindicais dos sectores público e privado, a terceira greve geral realizada este ano na Grécia ficou marcada por grandes manifestações na capital, Atenas, e nos principais centros urbanos do país.

Os protestos são dirigidos contra um novo pacote de austeridade, que inclui mais aumentos de impostos e cortes sociais.

De acordo com a AFP, o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano, votado no fim-de-semana, prevê um agravamento de impostos no montante de 1,07 mil milhões de euros, incidindo sobre os mais variados bens e serviços, desde o automóvel, comunicações telefónicas, televisão paga, combustíveis, tabaco, café ou cerveja.

Em paralelo, o governo irá diminuir a despesa pública em 5,7 mil milhões de euros.

Por outro lado, o OE prevê um encaixe de mais dois mil milhões de euros com privatizações, designadamente com a venda de aeroportos regionais.

Os sindicatos repudiam igualmente o ataque aos direitos laborais que está a ser preparado pelo governo de Alexis Tsipras, juntamente com o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia.

Pressões inaceitáveis

Numa alocução televisiva no dia da greve, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou a reposição do 13.º mês para os 1,6 milhões de pensionistas que auferem menos de 850 euros mensais.

Além deste gesto benigno, o governante anunciou também que, «enquanto durar a crise dos refugiados», será adiado o aumento do IVA, já acordado com os credores, nas ilhas do Egeu Oriental. Tais medidas terão um custo de 617 milhões de euros, estimou Tsipras.

Entretanto, o governo grego, cuja popularidade está em queda, tem reiterado a sua oposição às exigências da troika em matéria laboral, particularmente no que se refere à facilitação dos despedimentos, restrição do direito à greve e bloqueamento da contratação colectiva, que está suspensa desde 2012.

O ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos, garantiu, dia 7, que o governo não ultrapassará as «sua linhas vermelhas» no domínio laboral.

Desde 2009, os trabalhadores gregos perderam mais de um terço dos seus rendimentos. Em Setembro último, a taxa de desemprego mantinha-se em 23,4 por cento.

O Orçamento do Estado prevê um crescimento da economia de 2,7 por cento em 2017 e um excedente primário das contas públicas (sem o serviço da dívida) de dois por cento do Produto Interno Bruto.




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