Parlamento britânico denuncia intervenção na Líbia

A intervenção militar britânica na Líbia em 2011 baseou-se em «falsas premissas», consideram deputados britânicos num relatório publicado, dia 14, que faz fortes críticas ao antigo primeiro-ministro, David Cameron.

A Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento britânico concluiu que houve vários erros no processo de decisão que levou Londres a intervir militarmente na Líbia, em conjunto com Paris, oficialmente para proteger os civis reprimidos por Muammar Khadafi.

O governo britânico «não conseguiu verificar a ameaça real que o regime de Khadafi representava para os civis; tomou em consideração, de maneira selectiva, certos elementos da retórica de Muammar Khadafi; falhou em identificar as facções islamitas radicais no seio da rebelião», afirma-se no relatório.

«A estratégia do Reino Unido baseou-se em premissas erradas e numa análise parcial das provas», conclui o documento.

Segundo Crispin Blunt, presidente da comissão parlamentar, o governo de Cameron poderia ter privilegiado outras opções que teriam tido melhores resultados.

«Um compromisso político poderia ter permitido proteger a população, mudar e reformar o regime com menos custos para o Reino Unido e a Líbia», considerou.

David Cameron, que se recusou a depor perante a comissão, tinha conhecimento de que os radicais islâmicos procuravam tirar proveito da rebelião, razão que levou os deputados a acusá-lo de ser, «em última instância, responsável pela incapacidade de desenvolver uma estratégia coerente na Líbia».

Cinco anos após o derrubamento e assassínio do líder líbio, a guerra e o caos continuam a reinar naquele país.




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