Brasil vai parar
As seis principais centrais sindicais brasileiras convocaram para o próximo dia 22 uma paralisação nacional contra o pacote anti-laboral e antisocial que o executivo agora liderado por Michel Temer pretende aplicar. A greve agendada para de hoje a uma semana, será «uma demonstração dos limites que o povo impõe a este governo golpista e ilegítimo», garantem os promotores.
No domingo, 11, cerca de 50 mil pessoas exigiram nas ruas de São Paulo novas eleições presidenciais. A contestação ao golpe de Estado no Brasil, consumado em votação no Senado no passado dia 31 de Agosto, abrindo caminho à definitiva usurpação do poder por parte de Michel Temer, tem irrompido em múltiplas ocasiões.
Dia 7, Temer foi vaiado nas cerimónias oficiais da independência do Brasil, realizadas na capital, Brasília. Ao mesmo tempo, em mais de duas dezenas de cidades por todo o país, as celebrações foram marcadas pela exigência de respeito pela democracia e pela demissão de Temer.
Por estes dias, Michel Temer também não se livrou de uma vaia monumental na abertura dos Jogos Paralímpicos que decorrem no Rio de Janeiro.
Podridão
Anteontem, a Câmara dos Deputados do Brasil decidiu, por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções, destituir um dos principais rostos do golpe que derrubou a presidente eleita por 54 milhões de brasileiros, Dilma Rousseff.
Eduardo Cunha, presidente do parlamento durante o golpe de Estado, já havia renunciado a este cargo, procurando evitar ser expulso pelo hemiciclo que há meses decidiu iniciar o processo de destituição de Dilma Rousseff, mas a maioria dos eleitos aprovou agora a retirada do seu estatuto de deputado, argumentando com as investigações em que é acusado de... corrupção.
Eduardo Cunha é suspeito de mentir sobre contas milionárias na Suíça, para as quais terá canalizado pelo menos de 1,4 milhões de dólares de subornos, montante com o qual terá sustentado uma vida de luxo manifestamente incompatível com os rendimentos declarados oficialmente.