Ameaça populista
O partido anti-imigrantes Alternativa para a Alemanha (AfD) voltou a ganhar terreno na Baixa Saxónia, depois de ter logrado um resultado inédito uma semana antes.
Populistas exploram receios e dificuldades dos alemães
Nas eleições regionais realizadas no domingo, 11, na Baixa Saxónia, o partido de Angela Merkel venceu com 34,4 por cento (37% em 2013), seguido pelos sociais-democratas (31,2% contra 34,9%) e pelos Verdes que também caíram de 14,3 por cento para 10,9 por cento.
Já a AfD, partido de extrema-direita fundado em 2013, foi a quarta força mais votada com 7,8 por cento, resultado que apesar de ficar abaixo dos dez por cento pretendidos pela formação sinaliza mais uma vez o preocupante avanço do sentimento anti-imigração entre o eleitorado alemão.
Situação mais extrema foi sem dúvida a verificada nas eleições de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental (estado da antiga República Democrática Alemã), realizadas no passado dia 4.
Na sua estreia eleitoral neste estado, a AfD conquistou a segunda posição com 20,8 por cento dos votos, infligindo uma pesada derrota aos democratas-cristãos, que se viram relegados para terceira força (19% contra 23,1% em 2013).
Apesar de ter perdido cinco pontos, o Partido Social-Democrata (SPD) manteve-se como a força mais votada, com 30,6 por cento.
O ascenso do populismo também afectou o partido Die Linke (A Esquerda), que passou 18,4 para 13,2 por cento e os Verdes (8,7% contra 4,8%).
Reagindo na altura aos resultados, o secretário-geral dos democratas-cristão, Peter Tauber, alertou que a AfD representa um desafio para «todos os partidos democráticos» e acusou os populistas de brincarem com «os medos» e as preocupações dos alemães, procurando tornar «apresentável» um discurso de extrema-direita.
Recorde-se que já em Março último a AfD obteve 24,2 por cento Alta Saxónia, 15,1 por cento em Baden-Württemberg e 12,6 por cento na Renânia-Palatinado.