Rajoy sem apoios
O Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy terminou na semana passada a ronda de contactos sem conseguir os apoios necessários para formar governo.
Investidura do PP rejeitada à esquerda e à direita
A proposta de «grande coligação» feita pelo PP ao Partido Socialista Operário espanhol (PSOE) foi liminarmente recusada pelo secretário-geral Pedro Sánchez. «O PSOE não vai estar em nenhuma grande coligação». «Não vamos apoiar quem queremos que mude», disse Sanchez depois de estar reunido, dia 2, com Mariano Rajoy no Congresso de Deputados.
No dia seguinte, o líder dos populares obteve a promessa de abstenção na investidura dos 32 deputados dos Ciudadanos. Foi a única resposta positiva da ronda de contactos, no entanto, Rajoy continua a poder contar apenas com 137 deputados, longe da maioria de 176 de que precisa para formar governo.
Por isso, o presidente do governo em funções deixou a ameaça velada: «Se Sanchez mantém o não, voltaremos a repetir as eleições».
A resposta de Sanchez foi pronta: «Ele que se ponha de acordo com os partidos de direita». Todavia, também as diligências junto de partidos nacionalistas de direita não tiveram sucesso.
Rajoy deparou-se com um rotundo não quer do Partido Democrata Catalão (antiga Convergência Democrática da Catalunha), que dispõe de oito deputados, quer do Partido Nacionalista Basco (cinco deputados), duas formações que noutras ocasiões estabeleceram alianças com o PP.
Hoje a situação é diferente. Em declarações à Catalunya Ràdio, citada pelo El País, Francesc Homs, porta-voz dos democratas catalães no congresso de deputados, afirmou taxativamente: «Atrevo-me a assegurar que nem Mariano Rajoy nem nenhum membro do PP será presidente do governo espanhol». «Rajoy não será presidente e nem sabe como isso me deixará feliz».
Do lado do PNV, a oposição a Rajoy parece igualmente inabalável. O seu porta-voz, Aitor Esteban, garantiu que o partido votará contra a investidura e também contra um eventual orçamento.
Desemprego é a preocupação
Sem governo em plenitude de funções desde 20 de Dezembro, a principal preocupação dos espanhóis é relativamente reduzida. A julgar pelo barómetro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), divulgado dia 8, o desemprego continua a liderar a lista das preocupações dos espanhóis, com 75,5 por cento, seguido pela corrupção (43,4%) e pelos problemas económicos (22,8%).
A falta de governo surge em oitavo lugar na lista de preocupações (6,4%), depois da saúde (12%), a educação (10,4%) e problemas de carácter social (8,9%).
Os dados foram recolhidos entre 1 e 11 de Julho.