PCP no Fórum de São Paulo

O XXII Encontro do Fórum de São Paulo (FSP) – um espaço de unidade de forças democráticas, progressistas e revolucionárias da América Latina – realizou-se de 23 a 26 de Junho, em El Salvador, tendo como lema «O poder popular assegura a vitória».

O PCP esteve uma vez mais presente, expressando a solidariedade dos comunistas portugueses com os processos de avanço e transformação social na América Latina, bem como com as forças que, num quadro marcado pela contra-ofensiva do imperialismo nesta região, resistem e lutam em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos povos. Na ocasião, o PCP manteve encontros com partidos comunistas e outras forças de esquerda e progressistas, tendo como objectivo aprofundar o seu conhecimento sobre a situação e a luta travada nos diferentes países.

Neste encontro anual do FSP foi expressa a solidariedade com a Revolução Cubana, exigindo o fim do criminoso bloqueio dos EUA e da ilegal ocupação do seu território pela base naval dos EUA em Guantánamo, bem como com a Venezuela, cuja resistência à ofensiva da oligarquia e do imperialismo foi considerada de grande importância para a América Latina e Caraíbas e para a luta dos povos no mundo. O FSP sublinhou a derrota sofrida pelo imperialismo na Organização de Estados Americanos – dos seus planos para através desta organização se ingerir na Venezuela – e apoiou a iniciativa de diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição neste país. Foi denunciado o golpe em curso no Brasil como um atentado contra a democracia, a soberania e a integração na América Latina, solidarizando-se com a presidente legitimamente eleita, Dilma Roussef. Face aos recentes desenvolvimentos no processo de negociações em curso entre o governo colombiano e as FARC-EP, o Fórum sublinhou o importante significado para todo o continente de ser alcançada a paz na Colômbia.

Entre outros importantes aspectos, na Declaração Final do FSP é ainda salientado que, apesar da intensificação neste continente das acções das forças de direita subordinadas ao imperialismo, a «América Latina e as Caraíbas continuarão à frente da luta dos povos por uma sociedade com justiça e liberdade, sem exploração nem opressão». Para enfrentar a contra-ofensiva do imperialismo o documento aponta como linha de acção estratégica o «aprofundamento das mudanças sociais alcançadas», a par do «fortalecimento das lutas políticas e sociais tendo como objectivo essas mudanças».

Criado em 1990 por impulso do Partido Comunista Cubano e do Partido dos Trabalhadores (Brasil), este espaço de reflexão e convergência na acção tem vindo a contribuir desde então para os avanços na luta dos trabalhadores e dos povos e para as transformações de sentido progressista e anti-imperialista operadas na região, como, entre outros exemplos, a cooperação e integração latino-americana e caribenha através da criação da ALBA-TCP, da CELAC ou da UNASUR.



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