da Juventude e Estudantes
Pela paz e solidariedade
A 1.ª Reunião Preparatória Internacional do 19.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, realizada em Caracas, de 3 a 8 de Junho, manifestou a solidariedade de jovens de todo o mundo para com o povo e a juventude venezuelanos.
Conquistas alcançadas pela luta e que pela luta serão defendidas
A reunião, em que participou Duarte Alves, do secretariado da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), aprovou o Apelo à Juventude, documento que lança oficialmente o 19.º Festival, que se realiza entre 14 e 22 de Outubro de 2017 na cidade de Sochi, na Federação Russa, sob o lema «Pela paz, a solidariedade e a justiça social, lutamos contra o imperialismo! Honrando o nosso passado, construímos o futuro».
Em documento divulgado no dia 13, a JCP lembra que o Festival ocorre «num momento em que o imperialismo aumenta a sua agressividade por todo o mundo, impondo guerras, agressões, ingerências com o objectivo de assegurar a sua dominação e de aumentar a exploração e opressão sobre os povos, com graves consequências na vida de milhões de jovens em todo o mundo».
Esta edição do Festival, 30 anos depois da última edição na Europa, reveste-se de um «significado particular perante a situação em que se encontra o continente», assinala a JCP, referindo:
– A situação na Ucrânia, em que um golpe de estado apoiado pela UE, pela NATO e pelos EUA instalou um governo com elementos abertamente fascistas;
– O cerco contra a Federação Russa, que tem como maiores expressões o alargamento das fronteiras da NATO, a criação de sistemas anti-míssil e de bases militares da NATO e a realização de manobras militares em vários países da Europa de Leste, as injustas sanções económicas, enquadradas na guerra económica contra a China e o conjunto dos BRICS;
– A chamada «crise dos refugiados», causada pela guerra imperialista na Síria, no Iraque, na Líbia e noutros países do Médio Oriente e África, em que as mesmas potências que apoiam grupos terroristas como o auto-denominado «Estado Islâmico» e que realizam intervenções militares, aplicam uma política de «Europa fortaleza» que põe em causa a vida de milhões de refugiados;
– O crescimento de forças fascistas e reaccionárias em vários países, articulados com uma ofensiva ideológica de promoção dos valores individualistas e conformistas, bem como do racismo, da xenofobia e do anti-comunismo, com vários exemplos de perseguições políticas;
– A cada vez maior confirmação do rumo federalista, militarista e neoliberal da União Europeia, que tem imposto políticas de regressão social, aumento da exploração, empobrecimento e abdicação da soberania nacional, políticas essas que atacam os direitos da juventude.
Razões de sobra para que os jovens que se vão encontrar afirmem que os «valores da juventude são os valores da Paz, da solidariedade, da amizade, da justiça e do progresso social, da liberdade e da democracia, da luta pelos direitos e por um futuro sem exploração».
Solidariedade com a Venezuela
A reunião de Caracas, informa a JCP, foi também um momento de solidariedade de jovens de todo o mundo para com o povo e a juventude venezuelanos, para com o processo bolivariano, assim como para com a América Latina e Caraíbas, que enfrentam hoje diversos ataques promovidos pelo imperialismo. Segundo o documento, os participantes puderam «ver como, apesar das dificuldades reais – que resultam também da guerra económica promovida pelos grandes grupos económicos – a vida na Venezuela não é de maneira nenhuma o “caos” que os meios de comunicação social internacionais querem fazer passar». Testemunharam igualmente os «grandes avanços sociais conseguidos pelo processo bolivariano – redução da pobreza e da miséria, aumento do emprego, melhorias muito significativas na habitação nos bairros mais pobres, no acesso universal e gratuito à Saúde e à Educação, entre outros». Trata-se de «conquistas alcançadas pela luta e que pela luta serão defendidas e aprofundadas», enfatiza a JCP, sublinhando que tais conquistas «só foram possíveis devido a uma política de afirmação da soberania, nomeadamente pela nacionalização e utilização dos recursos petrolíferos para a satisfação das necessidades da população e pela criação de espaços de integração regional baseados na solidariedade e na cooperação mútua que põe em causa a hegemonia do imperialismo na região, de que é exemplo maior a ALBA, impulsionada por Cuba e pela Venezuela».