Ilha adiada
Após uma visita a Santa Maria, Aníbal Pires, deputado do PCP considerou que aquela «continua a ser, infelizmente, uma ilha adiada», existindo «múltiplos projectos e obras necessários que continuam, ano após ano, sem serem concretizados», havendo promessas e compromissos que «transitam de ciclo em ciclo eleitoral».
«Existem acções e projectos aprovados pela Assembleia Legislativa Regional que continuam sem prazos de execução à vista. Promessas e compromissos adiados a coberto de razões avulsas ou de conjuntura que só encontram explicação numa estratégia de adiamentos sucessivos, de demoras inexplicáveis, de negação do direito ao desenvolvimento sustentável, que prejudica objectivamente Santa Maria e os marienses, declarou o eleito comunista, em nota de imprensa.
Sobre o plano de requalificação e ordenamento da zona envolvente do Aeroporto de Santa Maria, cuja elaboração foi aprovada no Parlamento Regional por proposta do PCP, Aníbal Pires afirmou que «continua a ser necessário e urgente» um programa abrangente que defina as responsabilidades das diversas entidades, estabeleça regras objectivas para o uso dos solos e, sobretudo, dê «respostas claras» às preocupações dos moradores em relação ao futuro das suas habitações.
«Não é admissível que o Governo pretenda iniciar, a médio prazo, intervenções no terreno e alienações de habitações, de forma casuística, arbitrária e sem regras, sem que este plano esteja discutido e aprovado, sob pena de se criarem falsas expectativas aos moradores e a potenciais interessados», defendeu o deputado.
Aníbal Pires referiu, por outro lado, que o Cine-Atlântida, depois de muitas promessas e da aprovação pelo parlamento regional de uma proposta do PCP determinando a sua recuperação, «continua a degradar-se», o mesmo acontecendo com a antiga torre de controlo do aeroporto.
O dirigente comunista preconizou ainda que são necessárias obras na falésia da baía da Maia, onde a instabilidade provocada pela erosão costeira «continua a pôr em risco a segurança de pessoas e habitações» e responsabilizou o Governo Regional pelo atraso do ecocentro, que é considerado um «equipamento essencial» para a modernização do sistema de recolha, triagem e tratamento dos resíduos na ilha.
As críticas estendem-se à falta de vigilância marítima, nomeadamente de áreas protegidas, que está a colocar em causa ecossistemas «únicos e frágeis» que devem ser protegidos, a sustentabilidade da pesca e a qualidade do turismo ambiental.
Em relação ao sector turístico, o PCP considera que se «confirmam» os seus alertas sobre o crescimento do número de turistas não ter beneficiado todas as ilhas, o que «recoloca a necessidade e a importância» da sua proposta para criar uma ligação marítima, durante todo o ano, com capacidade de transporte de passageiros, veículos e carga entre São Miguel e Santa Maria.