Valorizar os transportes colectivos
Avançando com propostas para a área da mobilidade, os comunistas de Lisboa defendem uma estratégia de futuro para a cidade que respeite a população.
Revalorizar a Carris, o Metropolitano, a Transtejo e a Soflusa
No dia 12, Carlos Silva Santos, eleito do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa, propôs a criação de um novo regime jurídico para a gestão integrada das diversas empresas públicas de transportes na Área Metropolitana, de modo a ultrapassar «a actual fragmentação e dispersão das competências em matéria de transportes», assim como «revalorizar e até reconstruir as empresas Carris, Metropolitano, Transtejo e Soflusa, com o contributo indispensável dos seus valorosos trabalhadores que merecem uma saudação especial pela sua longa, persistente e vitoriosa luta contra a destruição das empresas e dos seus postos de trabalho».
No Metropolitano de Lisboa, referiu, é urgente «repor a capacidade de serviço que foi sendo reduzida», uma «maior frequência de composições e, sempre que possível, mais velocidade» e, na linha verde, «terminar as obras na Estação do Areeiro» e «desbloquear as obras de ampliação da Estação de Arroios para permitir composições de seis carruagens». Defendeu ainda a necessidade de prolongar as linhas vermelha, de S. Sebastião da Pedreira até Campolide, e amarela, do Rato até Alcântara.
Já na Carris é essencial «repor serviços interrompidos, aumentar a frequência de autocarros com horários mais alargados à noite e fins-de-semana, lançar novos percursos entre as freguesias mais populosas» e avançar com «a segunda fase da reestruturação da Rede 7».
Carlos Silva Santos reclamou ainda o alargamento das «coroas do passe social intermodal», tornando-o extensivo a todos os operadores, e a promoção das acessibilidades «às pessoas com mobilidade reduzida, com especial atenção para a manutenção e funcionamento dos meios mecânicos de acesso ao Metropolitano».
Servir as pessoas
A propósito da requalificação da 2.ª Circular de Lisboa, apresentada com pompa e circunstância pelo executivo PS na Câmara de Lisboa (CML), no dia 13, em nota de imprensa, os vereadores Carlos Moura e João Ferreira lamentaram o facto de não existiram «dados que possam garantir que a diminuição do tráfego apresentada signifique a entrada de menos carros» na cidade.
Neste sentido, tal como o PCP tem vindo a defender, «não se podem fazer alterações na 2.ª Circular sem melhorar a rede de transportes que neste momento operam de forma insuficiente para quem reside ou trabalha nas zonas limítrofes da cidade e para quem visita Lisboa» e, ao mesmo tempo, «deviam servir a cidade e todos os concelhos contíguos».
Para os vereadores comunistas é ainda preciso «criar bolsas de estacionamento nos limites da cidade (sistemas park and ride) e garantir a ligação ao centro e a várias zonas da cidade pelos diferentes transportes», assim como é fundamental «melhorar substancialmente a qualidade e o conforto, diminuir os tempos de espera e de viagem, assumindo e concretizando uma redução dos preços dos bilhetes e dos passes».
Dinheiros públicos para interesses privados
No dia 18, Carlos Moura e João Ferreira, vereadores do PCP, acusaram a Câmara de Lisboa de querer financiar «interesses privados» com as receitas da taxa turística através do fundo de desenvolvimento do sector.
«As normas de funcionamento [do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa], aprovadas pela maioria PS na Câmara, vêm comprovar a verdadeira intenção da criação da Taxa Municipal Turística», observam, em comunicado, os eleitos comunistas, lembrando que as receitas não vão ser «utilizadas em melhorias na cidade e para compensação dos custos de utilização provocados pelos turistas na cidade de Lisboa, como tinha sido anunciado» pelo município.
No dia 20, o executivo municipal aprovou, com os votos contra da oposição (PCP, PSD e CDS) e os votos favoráveis do PS e Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas do PS) as normas de funcionamento do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, documento que voltou a ser apreciado para, entre outras alterações, simplificar as «condições de elegibilidade para financiamento dos projectos».
Porém, de acordo com os eleitos do PCP, estão em causa projectos que «pouco ou nada contribuem para a melhoria da satisfação dos serviços públicos prestados à população e aos turistas no que diz respeito à manutenção, limpeza e segurança no espaço público».
«Antes pelo contrário, apenas vão densificar ainda mais a presença de estruturas ligadas ao sector do turismo e contribuir para a saturação de utilização dos espaços públicos», acusa o Partido, que, em alternativa, defende «a utilização dos dinheiros públicos para a satisfação das necessidades das populações e para a melhoria das suas condições de vida».