A delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) reiterou, segunda-feira, 14, em Havana, onde decorrem as negociações de paz com representantes do governo colombiano, a sua vontade em colocar um ponto final no conflito com mais de 50 anos. Nesse sentido, insistiram no estabelecimento de um cessar-fogo bilateral e na deposição das armas por parte de Bogotá contra todos os que sejam considerados ameaças políticas, integrem acções reivindicativas ou de afirmação de alternativa ao regime vigente. A guerrilha nota que a medida é «condição necessária e indispensável para a desmilitarização da sociedade, a reconciliação e a construção da paz estável e duradoura», e pretende que o compromisso vincule todos os poderes públicos, os partidos e as organizações económicas e empresariais.

Os representantes das FARC confirmaram, ainda, a assinatura [prevista para anteontem] do acordo parcial sobre mecanismos de reparação das vítimas da confrontação armada, isto depois de terem chegado a entendimento sobre o desenvolvimento agrário integral, a participação política ou em relação às drogas ilícitas e combate ao narcotráfico.

O acordo sobre a reparação das vítimas foi anunciado dia 10 de Dezembro, com as FARC a aproveitarem a ocasião para voltarem a defender a convocação de uma Assembleia Constituinte prévia à subscrição de um acordo final com o governo, e para criticarem a proposta do presidente Juan Manuel Santos de convocação de um referendo destinado a sufragar a entrada em vigor do texto final.