Proteger a biodiversidade
Nos cinco dias de acampamento, os jovens ecologistas levaram a cabo várias iniciativas em defesa do ambiente e da biodiversidade, que as políticas erradas de sucessivos governos têm prejudicado.
É possível o equilíbrio entre conservação da natureza e desenvolvimento
Inserido na campanha para as eleições legislativas e promovido pela Ecolojovem – «Os Verdes», o Acampamento pela Biodiversidade decorreu no Parque de Campismo da Cortegaça (Ovar) entre 26 e 30 de Agosto, cinco dias em que os jovens ecologistas promoveram a realização de diversas iniciativas, no distrito de Aveiro, em torno da biodiversidade e da defesa do ambiente.
Num texto divulgado pela juventude de «Os Verdes», afirma-se que, com este acampamento, se pretendeu apontar políticas erradas e também «apresentar propostas que permitam promover o desejável equilíbrio entre a conservação da natureza, o desenvolvimento e o direito a ter uma vida melhor».
Entre as actividades realizadas esteve a visita à Reserva à Natural das Dunas de São Jacinto, área protegida em que, tal como noutras áreas protegidas do País, não há meios suficientes que permitam levar a cabo a sua efectiva preservação, «devido ao corte e à redução de verbas», por parte de sucessivos governos, na área do ambiente.
Outra iniciativa realizada foi a viagem na Linha do Vouga, entre São João da Madeira e Espinho, que permitiu verificar a importância desta via ferroviária «para a população e o ambiente», bem como o abandono a que a linha tem sido votada por PSD, CDS e PS. Em Águeda, no mercado municipal, os jovens ecologistas levaram a cabo uma acção de sensibilização da população para os efeitos nefastos da monocultura do eucalipto, acusando o Governo de «procurar liberalizar o plantio desta espécie de crescimento rápido, aguçando a gula das celuloses», pese embora todos os problemas ambientais que a expansão do eucalipto gera a médio e longo prazo.
Debates
Com a participação do cabeça de lista da CDU por Aveiro, Miguel Viegas, e dos candidatos do PEV Antero Resende e Tânia Simões, teve lugar, no Furadouro (Ovar), um debate sobre a «erosão da orla costeira», abordando-se questões como os erros cometidos ao nível do ordenamento do território, o impacto das grandes barragens no percurso dos sedimentos ou as intervenções avulsas, e os milhões nelas gastos, após as grandes intempéries. Falando de como isto ameaça pessoas e bens, também se perspectivaram soluções a curto e médio/longo prazo.
De um outro debate – «Que seja agora, queremos a preservação da biodiversidade» –, organizado conjuntamente com a JCP, a Ecolojovem sublinha duas grandes conclusões: o papel fundamental do Estado no funcionamento de organismos como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, para que «possam desenvolver o seu trabalho natural», «impedindo a sua delapidação»; a política de preservação do ambiente tem de ser articulada «com as políticas económicas, sociais que promovam a qualidade de vida da população, respeitando os direitos laborais e recursos ambientais».