A CNA analisa dados do INE

Defender a produção

Na aná­lise às es­ta­tís­ticas di­vul­gadas pelo INE re­la­tivas a 2014, a CNA des­taca a baixa de três por cento no ren­di­mento da ac­ti­vi­dade agrí­cola por uni­dade de tra­balho ano (UTA), bem como a re­dução média de seis por cento nos preços à pro­dução, por com­pa­ração com 2013.

Em 2014 o ren­di­mento do sector agro-ali­mentar baixou 3%

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Re­fe­rindo-se à perda de ren­di­mento dos pro­du­tores no sector agro-ali­mentar em 2014, a Con­fe­de­ração Na­ci­onal de Agri­cul­tura (CNA) su­blinha que a si­tu­ação se tem vindo a agravar em 2015, «em re­sul­tado da “crise” no leite/​carne e da seca» e também como con­sequência «da con­ti­nuada re­tracção do con­sumo in­terno» pro­vo­cada pelas «po­lí­ticas de “aus­te­ri­dade” apli­cadas pelo Go­verno e as troikas». Se a re­tracção não foi maior, afirma a CNA em nota de im­prensa pu­bli­cada dia 12, tal se fica a dever aos «afluxos sig­ni­fi­ca­tivos de emi­grantes e de tu­ristas». 
Sobre o dé­fice da ba­lança co­mer­cial agro-ali­mentar, a con­fe­de­ração afirma que, pese em­bora ter di­mi­nuído, atingiu os 3,2 mil mi­lhões de euros, o que re­pre­senta um valor «muito alto para Por­tugal», so­bre­tudo tendo em conta que os nú­meros se re­portam a dados ofi­ciais e que «na eco­nomia real o dé­fice é ainda maior».
A CNA re­vela que o nosso País im­porta 75 por cento dos ce­reais, que o dé­fice au­mentou nas carnes e miu­dezas co­mes­tí­veis (as im­por­ta­ções atingem 28 por cento do con­sumo in­terno) e que, nos frutos, as im­por­ta­ções atin­giram, em média, 23,2 por cento do con­sumo. Os dados do INE apontam para o au­mento de certas pro­du­ções, «como o azeite ou as hor­tí­colas», mas, ma­tiza a CNA, tal ficou a dever-se «à con­cen­tração da pro­dução em grandes em­presas do agro­ne­gócio e aos mé­todos de pro­dução super-in­ten­sivos (de­la­pi­da­dores dos re­cursos na­tu­rais)», e que pro­vocam «a ruína da pro­dução mais tra­di­ci­onal de bom azeite».

Preços baixos na ma­deira

A con­fe­de­ração con­si­dera «con­tra­di­tó­rios» os dados de 2014 re­la­tivos à sil­vi­cul­tura: apesar de em 2014 a área ar­dida ter sido menor do que a de 2013 e os va­lores das ex­por­ta­ções de de­ri­vados flo­res­tais terem au­men­tado – o saldo po­si­tivo da ba­lança co­mer­cial dos pro­dutos do sector flo­restal-in­dus­trial, há muito ex­ce­den­tário, atingiu os 2,5 mil mi­lhões de euros –, o facto é que se man­ti­veram «em baixa con­ti­nuada os preços da ma­deira na pro­dução (na mata e fora desta)». Para a CNA, «isto de­monstra o con­trolo (tipo cartel)» que as grandes em­presas do sector exercem sobre os preços à pro­dução da ma­deira em Por­tugal, «sem que os su­ces­sivos go­vernos te­nham to­mado me­didas» para cor­rigir a si­tu­ação.
A CNA re­vela também que a «área flo­res­tada e re­flo­res­tada» au­mentou em quase 15 por cento, sendo que, nessa área, o eu­ca­lipto as­sume um des­taque pre­vi­sível, re­sul­tado da «eu­ca­lip­ti­zação in­dis­cri­mi­nada e sem con­trolo eficaz do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura e do INCF».

Apoio à agri­cul­tura fa­mi­liar

Com a seca, os in­cên­dios flo­res­tais, o au­mento dos custos de pro­dução, a re­dução do con­sumo e a baixa nos preços à pro­dução ali­mentar, a agri­cul­tura fa­mi­liar está a viver «uma si­tu­ação muito di­fícil» em 2015, pelo que a CNA re­clama ao Go­verno que tome me­didas ur­gentes e crie apoios ex­cep­ci­o­nais – «para acudir a uma si­tu­ação de ex­cep­ci­onal gra­vi­dade».




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