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O retomar dos partos na água no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, serviço que era único numa unidade hospitalar pública da Península Ibérica e que se encontra encerrado desde 11 de Julho de 2014, é reclamado por mais de quatro mil cidadãos em petição dirigida ao Parlamento, apreciada pelos deputados já na recta final dos trabalhos.

Afirmando compreender as razões de descontentamento dos subscritores do texto e as suas reivindicações, a deputada comunista Paula Santos considerou nesse debate que, «havendo evidência científica, o Serviço Nacional de Saúde deve assegurar gratuitamente a todas as famílias que tomem essa opção, a imersão e o parto na água».

Até à decisão de o encerrar, após um parecer desfavorável da Ordem dos Médicos a esta prática, mulheres de todo o País deslocavam-se à cidade sadina para usufruir deste serviço, e não há registo de ter havido em nenhum momento qualquer complicação.

A ausência desta resposta por parte do SNS abre assim ainda mais espaço às entidades privadas, que já hoje têm neste serviço uma rentável área de negócio.

Preenchido que seja o vazio actual desta valência no SNS, deverão entretanto ser asseguradas todas as condições à grávida e garantidas a segurança e a saúde da mãe e da sua criança, defendeu Paula Santo.

A deputada do PCP sustentou, por outro lado, que a «alocação dos profissionais de saúde especialistas nesta área, como os enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica, é condição fundamental para assegurar a qualidade dos cuidados de saúde». E a este respeito lembrou que estes enfermeiros tiveram uma formação especializada nesta área, detendo conhecimentos que lhes permitem acompanhar o processo de parto.

Registe-se que muitos estudos têm vindo a apontar os benefícios do parto dentro de água, designadamente em planos como o do alívio da dor, maior liberdade de movimentos e maior relaxamento, de que resulta partos mais rápidos, menos dolorosos e com menor recurso a intervenções como cesarianas, episiotomias ou uso de fórceps.