Presidente apela à defesa da «revolução»

Alerta no Equador

O presidente equatoriano advertiu, sábado, 20, para a preparação de uma intentona visando derrubar o governo e chamou o povo à defesa do processo progressista em curso no país.

Governo pretende aumentar a tributação da riqueza e das mais-valias

Image 18385

«Muito atentos companheiros, porque, insisto, somos a imensa maioria pacífica, mas vamos defender a nossa revolução», garantiu no seu programa semanal Rafael Correa, para quem a mobilização popular é fundamental na manutenção da legalidade constitucional e das conquistas alcançadas durante a chamada «revolução cidadã».

O apelo do chefe de Estado do Equador para que a população saia à rua e combata as conspirações golpistas ocorre quando o executivo de Quito enfrenta «uma campanha massiva de desinformação, desgaste e manipulação por parte da oposição», sublinhou igualmente Rafael Correa.

Em causa está a apresentação na Assembleia Nacional, a 5 de Junho, de dois projectos de lei que, no entender do governo e nas palavras do próprio presidente, têm como objectivo combater «o maior pecado social da nossa América: a desigualdade».

Desde então, diversas acções foram desencadeados a contestar a intenção do governo, obrigado a retirar provisoriamente as propostas de aumentar a carga fiscal sobre a riqueza e as mais-valias.

Rafael Correa assegurou, no entanto, que não desiste de fazer aprovar os projectos que incidem sobre os rendimentos e fortunas dos cerca de seis por cento dos equatorianos que acumulam o grosso da riqueza no território. Correa reiterou, ainda, que a intenção é melhorar a sua redistribuição, e lembrou que as normas tributárias sobre a matéria datam... de 1927.

Antes da advertência do presidente, a União de Nações Sul-Americanas pronunciou-se em defesa da legalidade democrática no país, contra as manobras e os apelos à violência feitos pela oposição de direita e pela oligarquia.

Recorde-se que a 30 de Setembro de 2010 os sectores mais reaccionários equatorianos montaram uma cilada a Rafael Correa tendo como propósito derrubá-lo. O presidente resistiu com rara bravura, mas quando abandonou as instalações da escola nacional de polícia, onde permaneceu cativo durante várias horas, a sua caravana foi alvejada. O povo equatoriano, bem como facções das forças armadas, foram determinantes para derrotar a intentona.

A comissão constituída para apurar os factos concluiu que o golpe de Estado de 2010 foi pensado e posto em marcha por forças internas e externas. Cerca de uma centena de envolvidos foram entretanto condenados e 400 suspeitos aguardam pronunciamento por parte da Justiça.




Mais artigos de: Internacional

O cúmplice de Dylann Roof

Antes de Dylann Roof, de 21 anos, começar o massacre, sentou-se, durante quase uma hora, com o grupo de estudos bíblicos da Igreja episcopal Emanuel, o principal local de culto da comunidade afro-americana de Charleston, Carolina do Sul. Fundada há 199 anos por Denmark...

Prisões da miséria

Os palestinianos detidos em prisões israelitas enquanto aguardam julgamento pelos tribunais militares são tratados como se tivessem sido já condenados, uma violação de direitos que acresce ao facto de serem presentes a tribunais militares, de poderem permanecer por longos anos sob...

Protestos nas Honduras

Mais de 30 mil pessoas, segundo a estimativa da oposição progressista, citada pela AFP, manifestaram-se, sexta-feira, 19, pela quarta semana consecutiva, na capital das Honduras, exigindo a demissão do presidente. A contestação a Juan Orlando Hernandez subiu de tom há cerca de...