Apoio crescente na Madeira
«Há que colocar um ponto final no rumo de declínio nacional que só acrescentou exploração, empobrecimento e dependência», afirmou o Secretário-geral do PCP, sexta-feira, na Madeira.
«A nossa força é a força do povo»
Durante um jantar-comício que juntou muitas centenas de pessoas na Estalagem da Encumiada, na Ribeira Brava, Jerónimo de Sousa começou por assinalar, «com justificada alegria», o resultado obtido pela CDU nas últimas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (ALRAM), que testemunha o apoio crescente à Coligação PCP-PEV, assim como «a confiança que em nós depositam, o reconhecimento da nossa seriedade e do nosso compromisso com as aspirações dos trabalhadores e do povo».
«Nenhum dos que confiaram na CDU, dos muitos que pela primeira vez votaram em nós (e até os muitos que o tendo desejado fazer erraram no momento do voto), encontrará razões para se arrepender da opção que fez», disse o Secretário-geral do PCP, frisando: «Cá estamos, todos os dias, para continuar a defender os direitos dos trabalhadores, combater as injustiças, apresentar propostas e soluções para dar resposta aos problemas da Região e do povo».
Pegando no exemplo da Madeira, Jerónimo de Sousa sublinhou a importância de projectar o ambiente de confiança na CDU, de apoio crescente, na batalha eleitoral de Outubro próximo. «Dar mais força à CDU é o factor crucial para derrotar a política que PS, PSD e CDS têm imposto nos últimos 38 anos», dando força, com mais votos e deputados, «à construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda», afirmou.
É o povo que decide
O exemplo dos cinco votos que faltaram à Coligação PCP-PEV para eleger mais um deputado na ALRAM, que retiraria a maioria absoluta do PSD na Madeira, é, para Jerónimo de Sousa, a «melhor prova para cada um ver quanto o seu voto na CDU pode pesar, quanto pode contar quando unido a muitos outros». «É o povo que decide. Está nas suas mãos optar entre quem os defende e quem lhes inferniza a vida. A CDU chegará onde os trabalhadores e o povo quiserem», sublinhou, afirmando que «o País não está condenado ao declínio», que «há soluções para os problemas nacionais» e «uma política alternativa que coloque como objectivos os direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo».
Farinha do mesmo saco
Jerónimo de Sousa referiu ser «difícil encontrar diferenças», no que é estruturante e decisivo, «para o que PSD e CDS propõem e o que o PS apresenta no seu programa eleitoral», estando todos em uníssono quanto aos «compromissos com a União Europeia», com a «submissão aos constrangimentos externos» e «sobre o amarramento a uma dívida insustentável». «Depois resta aquela diferença de ritmo: PSD e CDS propõem privatizar a TAP a 66 por cento, o PS a 49 por cento; uns propõem prolongar o roubo nos salários e pensões por quatro anos, o outro por dois anos; uns admitem retirar a sobretaxa sobre o IRS em três anos, o outro em dois. É tudo uma questão de estilo: austeridade à bruta e à intenção de uns, austeridade inteligente contrapõe o outro», criticou, explicando que «uns e outro ambicionam é perpetuar esta política desgraçada e que só desgraça a vida dos portugueses».
Neste sentido, acrescentou o Secretário-geral do PCP, «não faltarão por aí manobras do costume para iludir os eleitores, procurando garantir que a política de direita continue, fingir que se muda para que tudo o que é decisivo continue na mesma».