Milhares manifestam-se na Venezuela

Unidade bolivariana

«Não há império que possa com o povo de Chávez», foi o lema da marcha que no sábado, 25, se realizou na capital da Venezuela em defesa da soberania e contra a ofensiva imperialista.

«Temos os recursos para definir esta batalha a favor do povo», assegurou Maduro

A iniciativa convocada pela organização política Redes foi uma grande afirmação de apoio popular à revolução bolivariana e, simultaneamente, expressão do amplo repúdio de milhões de venezuelanos pela ingerência imperialista nos assuntos internos do país, nomeadamente pela ofensiva lançada pelos EUA com a subscrição, pelo presidente Barack Obama, a 9 de Março, de um decreto a qualificar a Venezuela uma ameaça extraordinária à sua segurança.

De acordo com a Telesur, na manifestação enfatizou-se igualmente o direito da nação sul-americana ao desenvolvimento soberano, defendeu-se o aprofundamento do processo de transformação política, económica e social iniciado sob a liderança do ex-presidente Hugo Chávez, e endereçou-se todo o apoio às medidas implementadas pelo governo liderado pelo presidente Nicolás Maduro contra a sabotagem económica, promovida por sectores da direita alinhados com os interesses dos monopólios nacionais e estrangeiros, acusaram os participantes.

Um dia antes, na Cimeira Ásia-África ocorrida em Bandung, na Indonésia, o vice-presidente venezuelano Jorge Arreaza também se referiu à agressão norte-americana contra a Venezuela considerando fundamental que os povos do subcontinente sul-americano e os homólogos da Ásia e África defendam o direito a determinarem o respectivo futuro. Nesse contexto, apelou ao estreitamento de laços anti-imperialistas entre os países do «Sul».

«Não se trata apenas de não estarmos alinhados com uma potência ou com o seu âmbito de influência». Hoje o desafio é combatermos «a injustiça, a fome, as guerras, o desrespeito pelo direito internacional, o neocolonialismo em qualquer das suas modalidades e a discriminação e subordinação seja qual for a forma que assumam», disse.

Derrotar a ofensiva

Na quarta-feira, 22, Nicolás Maduro reiterou o apelo à unidade cívico-militar para «derrotar a guerra económica movida contra o povo da Venezuela». O caminho do progresso e da paz tem de ser retomado, e nesse sentido indicou três etapas fundamentais na contra-ofensiva económica em curso: «avançar na produção [própria], desmantelar as máfias que retêm e traficam produtos, e garantir que estes chegam aos consumidores».

«Temos os recursos para definir esta batalha a favor do povo», assegurou Maduro, que garantiu estar «decidido a acabar com o abuso da oligarquia».

No sábado, 25, as autoridades venezuelanas informaram que desde o início deste ano já haviam detido mais de 1700 pessoas por acções de sabotagem e desestabilização económica, investida que a procuradora-geral da República Bolivariana sublinhou ir ser reforçada. Cerca de 185 magistrados do Ministério Público estão destacados em todo o país para reprimir o contrabando e o açambarcamento, principais responsáveis pela escassez de bens e géneros essenciais no país e pela elevada taxa de inflação registada, e monitorizar o respeito pelos preços justos, revelou Luisa Ortega.




Mais artigos de: Internacional

Terror fascista

A Junta golpista ucraniana e as forças repressivas às suas ordens não conhecem freio na ofensiva antidemocrática em curso no país. Um dos alvos principais é o Partido Comunista da Ucrânia (PCU).

Guerra criminosa

A ofensiva saudita lançada a pretexto do combate às milícias xiitas iemenitas provocou a morte a pelo menos 115 crianças, segundo os cálculos assumidamente conservadores do Fundo das Nações Unidas para a Infância. Pelo menos 172 outras sofreram...

Eleições em Cuba

Mais de 940 mil cubanos de um total de 1 256 000 habilitados votaram na segunda volta das eleições para as Assembleias Municipais do Poder Popular. No sufrágio de apuramento, realizado domingo, 26, foram convocados os cidadãos de 1166 circunscrições de 149 municípios...

PCP solidário com o Nepal

«Perante o devastador terremoto que atingiu o Nepal, nesta hora difícil de perda e dor, expressamos as mais sentidas condolências e profunda solidariedade dos comunistas portugueses para com o povo nepalês», lê-se numa nota endereçada pela Secção Internacional...

Racismo e revolta <br> no apartheid americano

A revolta voltou a incendiar a cidade de Baltimore, em Maryland, nos EUA, depois de um jovem afro-americano ter morrido às mãos da polícia, na sequência de uma detenção arbitrária. Poderíamos estar a falar de Trayvon Scott, que em...