Anti-sionistas reforçados
A Lista Conjunta apresentada pelos partidos árabes e pelo Partido Comunista de Israel (PCI) às legislativas elegeu 14 deputados no Knesset (parlamento), resultado que o PCP sublinha como «um elemento de esperança e alento».
O resultado da lista apoiada pelo PC de Israel foi saudado pelo PCP
A passagem da Lista Conjunta a terceira força política no parlamento de Israel é o facto mais relevante do sufrágio. Tanto mais que este resultado foi alcançado no «contexto perigoso dos resultados globalmente negativos das eleições realizadas no passado dia 17 de Março», como notou o PCP na saudação enviada ao Comité Central do PCI.
Com efeito, o reforço em número de eleitos da coligação anti-sionista (de 11 para 14 deputados) apresentada por comunistas e organizações árabes, impôs-se apesar dos ilegais apelos ao voto no Likud, proferidos pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no dia das eleições, aos quais sucederam o envio de mensagens para que os eleitores impedissem o reforço das forças democráticas e progressistas, denunciou o PCI. Não obstante, nas urnas «foi dada uma resposta ao racismo e a todos os que querem excluir os árabes israelitas», considerou o primeiro candidato da Lista Conjunta, Ayman Odeh.
O resultado da Lista Conjunta foi saudado pelo PCP, para quem este representa «um elemento de esperança e alento para a complexa, mas vital, luta pela paz no Médio Oriente e pela democracia em Israel, bem como pelos direitos nacionais do povo Palestino, assim como pelos direitos sociais e laborais dos trabalhadores e do povo, no Estado de Israel».
Benjamin Netanyahu foi já convidado pelo presidente israelita, Reuven Rivlin, a formar governo, uma vez que o Likud obteve 30 assentos no parlamento contra 24 da União Sionista, e garantiu o apoio de outros partidos de direita e ultra-ortodoxos, que no conjunto elegeram 37 deputados.
A Organização de Libertação da Palestina, por seu lado, considerou que Israel escolheu «o caminho da colonização, do racismo e da ocupação, e não das negociações».
Ao ataque
Contradizendo o eixo central da sua campanha, Netanyahu veio, entretanto, advogar uma «solução sustentável e pacífica de dois Estados», mas condicionou a resolução do conflito árabe-israelita a uma «mudança das circunstâncias». A declaração do primeiro-ministro israelita induzindo disponibilidade para dialogar foi prontamente desmentida.
Segunda-feira, 23, Israel faltou à discussão, no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, da última ofensiva contra a Faixa de Gaza e da situação nos territórios palestinianos. Os EUA também não compareceram, indicando que durou pouco a discordância pública de Washington quanto à recusa de Netanyahu em discutir a constituição de um Estado palestiniano.
A confirmar que o sionismo prossegue o seu projecto de agressão e expulsão dos palestinianos e rejeita participar em qualquer fórum que reconheça a Palestina, horas antes da discussão nas Nações Unidas as forças armadas israelitas realizaram exercícios militares na fronteira da Faixa de Gaza. No dia 2 de Março, manobras semelhantes foram efectuadas na Cisjordânia a pretexto da preparação da defesa dos territórios face a um levantamento palestiniano.