A ruptura necessária
O PCP e Grupo Unitário de Esquerda/Esquerda Verde Nórdica promoveram, dia 20, em Lisboa, um seminário sob o tema «O Euro e a União Económica e Monetária. Constrangimentos e Rupturas».
O euro criou assimetrias, injustiças e desigualdades
Na sessão, presidida por Armindo Miranda, membro da Comissão Política, intervieram os deputados do PCP ao Parlamento Europeu, João Ferreira, Inês Zuber e Miguel Viegas.
Como convidados, tomaram a palavra Stavros Evagorou do AKEL (Chipre), Paloma Lopez Bermejo da Esquerda Unida – Esquerda Plural (Espanha) e David Cullinane do Sinn Fein (Irlanda), que falaram sobre a realidade nos respectivos países.
No encerramento, Ângelo Alves, membro da Comissão Política do CC do PCP, salientou, como ideia fundamental que perpassou pelo seminário, o facto de o euro e a União Económica e Monetária se terem revelado «não um factor de equilíbrio, de coesão, de convergência económica, de progresso social, de estabilidade, mas sim de domínio económico, criado para responder aos interesses do grande capital transnacional europeu e do directório de potências comandado pela Alemanha, instrumento de concertação e rivalidade inter-imperialista, criador de assimetrias, injustiças, desigualdades e de crescente instabilidade aos mais variados níveis».
«Como foi hoje aqui mais uma vez demonstrado», salientou o dirigente comunista, «as políticas e pilares associados ao processo de integração capitalista na Europa, algumas das quais sistematizadas e aprofundadas, sobretudo no plano da política económica, no projecto da UEM, foram, entre outros aspectos, uma tentativa de resposta à crise estrutural do capitalismo e em particular à baixa tendencial da taxa de lucro, tal como o foi a criação da própria CEE. Mas, e exactamente por essa razão, foram, como a realidade o está a demonstrar, simultaneamente, um factor de aprofundamento dessa mesma crise e dessa mesma tendência, ou seja, estão na raiz da situação que estamos viver», afirmou Ângelo Alves.