Solidariedade reforçada
No momento em que a Venezuela enfrenta uma nova tentativa de golpe de Estado alimentada pelos EUA, os povos unem-se em defesa da República Bolivariana, da sua soberania e povo.
É possível com a força das massas impor derrotas ao imperialismo
Exemplo disso mesmo foi a deslocação, entre 20 e 28 de Fevereiro, de uma brigada da federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), composta por 50 delegados de 24 países. Jovens de Portugal, Chipre, Espanha, Grécia, Itália, Alemanha, Grã-Bretanha, México, Nicarágua, Peru, Colômbia, Chile, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Cuba, Uruguai, EUA, Líbano, Síria, Moçambique, Namíbia e Saara Ocidental «puderam aprofundar o seu conhecimento sobre as conquistas da revolução bolivariana em diferentes áreas» e «contactar directamente com o movimento popular bolivariano, organizações de bairros, comunas e movimento estudantil», salientou a JCP.
Em nota de imprensa, a Juventude Comunista Portuguesa realça que «as manobras do imperialismo norte-americano e do fascismo venezuelano estiveram na agenda desta brigada», tendo os delegados a oportunidade de «conhecer os actos criminosos falando com o Comité de Vítimas das Guarimbas», e trocado «opiniões com profissionais da comunicação social sobre a ofensiva mediática de que o país é alvo».
A brigada foi recebida e saudada pela Assembleia Nacional da Venezuela, onde participou num seminário sob o lema «Juventude unida contra o fascismo e a guerra imperialista», e na inauguração de uma exposição fotográfica sobre os 70 anos do FMJD. «Na Praça Bolívar [em Caracas] realizou-se uma Tribuna Anti-imperialista», e em Cumaná elementos da brigada participaram no programa “Alô Presidente”, com Nicolás Maduro, informa-se também no documento.
Para a JCP, «a FMJD esteve, mais uma vez, à altura das suas responsabilidades, prestando solidariedade para com o povo, a juventude e o processo que o imperialismo não tem conseguido derrotar nem pela via eleitoral, nem pela via militar, nem pelo uso de mercenários e financiamento de campanhas, nem pela ofensiva mediática».
No texto, manifesta-se ainda a confiança de que o imperialismo também «não derrotará agora» a Venezuela «com a ofensiva económica e diplomática porque o povo venezuelano vai continuar a luta em defesa do processo bolivariano, pelo seu aprofundamento, contra a ingerência imperialista». Confiança alicerçada pela Juventude do PCP no facto de as diferentes transformações, «distintas entre si», em curso na Venezuela, Bolívia, Equador ou Nicarágua», confirmarem «que é possível com a força das massas populares impor derrotas ao grande capital e ao imperialismo».
Abraço de Lisboa
Em solidariedade com a Venezuela Bolivariana realizou-se, quinta-feira, 5, dia em que se assinalaram dois anos sobre o desaparecimento do ex-presidente Hugo Chávez, uma sessão na Casa do Alentejo, em Lisboa. Na iniciativa promovida conjuntamente pelo Conselho Português para a Paz e a Cooperação, (CPPC), a CGTP-IN e a Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC), participou o embaixador da República Bolivariana da Venezuela.
Depois da leitura de poesia da autoria do malogrado comandante da revolução bolivariana, e de um apontamento cultural com canções populares latino-americanas e portuguesas, a presidente do CPPC destacou o carácter humanista de Hugo Chávez e o seu empenho para que a Venezuela esteja na charneira da transformação social, o mesmo que mais tarde destacaria Augusto Praça, em nome da Intersindical Nacional.
Ilda Figueiredo também condenou a nova tentativa golpista de sectores radicais da oposição, os quais gozam do apoio e da ingerência dos EUA. O objectivo é, pela violência, tentarem impor os intentos anticonstitucionais e isolar a Venezuela, mas «cada vez são mais os países que apoiam a causa bolivariana», sublinhou.
Augusto Fidalgo, em nome da AAPC, voltou a salientar a importância do processo bolivariano para a América Latina, e Paulo Costa, em nome da FMJD, relatou a experiência da recente deslocação à Venezuela. Isto antes do representante diplomático da Venezuela em Portugal, general Lucas Ríncon, encerrar a sessão lembrando Hugo Chávez como um homem que «consagrou a sua vida à liberdade do homem e à justiça social», e que, apesar dos progressos registados em 16 anos ao nível económico, social, político e cultural, o imperialismo e a direita venezuelana não deixam de caluniar e tentar travar o processo bolivariano.