Cortes agravam crise social
Os dados oficiais reconhecem que o número de sem-abrigo não parou de aumentar no Reino Unido desde 2009, e estimam que estejam actualmente nessa situação cerca de 52 mil famílias.
Porém, um estudo, publicado dia 4, revela que a escala do flagelo social é muito maior, já que a estatística oficial não contabiliza centenas de milhares de pessoas que receberam apoios «informais» das autoridades locais.
De acordo com o relatório da associação Crisis e da Fundação Joseph Rowntree, 280 mil famílias receberam um qualquer tipo de ajuda por estarem em risco de perderem a sua habitação, apoios que não são registados nas rubricas dos sem-abrigo.
Esta intervenção tem permitido conter a vaga de pessoas a viver na rua, cujo número, oficialmente, até baixou três por cento, mas a realidade mostra um aumento alarmante das famílias em risco de ficar sem tecto.
Os autores do estudo apontam os cortes na segurança social, designadamente a redução da habitação social, dos subsídios ao arrendamento e de outras prestações, pela verdadeira crise social que alastra no país.
Os despejos dispararam 18 por cento no último ano, obrigando muitas famílias a saírem de Londres, enquanto para alguns a rua foi a única solução.
O estudo afirma ainda que há milhões de «sem-abrigo ocultos».
Nesta categoria incluem-se famílias que partilham habitações com outras famílias, pessoas que dormem em sofás e no chão de casas de amigos.