Racismo persiste
As autoridades sul-africanas anunciaram esta terça-feira, 3, uma investigação às escolas privadas por suspeita de práticas de racismo. O sinal de alerta foi dado por três dezenas de famílias que em Janeiro assinaram uma petição em protesto contra a formação de turmas com alunos separados pela cor da pele. O caso reporta-se ao estabelecimento pré-escolar e primário de Pretória Curro Foundation School, mas não é certo que seja caso único, até porque a referida instituição gere mais 41 outros estabelecimentos de ensino no país. É de resto sintomático que os responsáveis pela gestão da escola tenham alegado em sua defesa, após a apresentação pública de desculpas, que a decisão de formar turmas separadas em função da cor não tinha qualquer motivação racista, mas antes se devia à preocupação de as juntar por «culturas» para receberem aulas na sua língua.
«Não tolerarei que uma única criança se encontre na situação de onde saímos», afirmou o ministro regional da Educação Panyaza Lesufi, citado pela Lusa, numa alusão ao criminoso regime de apartheid que vigorou no país até 1994.
Também a Comissão dos Direitos Humanos sul-africana está a investigar o assunto, considerando «preocupante ver que crianças vão ser vítimas de segregação com base na sua cor de pele na nova África do Sul», como disse o porta-voz da organização, Isaac Mangena.
Ainda segundo Mangena, o «racismo é generalizado» e a maioria das queixas que a Comissão analisa estão relacionadas com ele. A realidade, segundo este organismo público, é que «uma geração depois da queda do apartheid e da chegada ao poder do primeiro presidente negro, Nelson Mandela, o racismo continua presente na sociedade sul-africana».