Utentes manifestam-se em Almada

Defender a Saúde

Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se, no sábado, junto ao Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, em defesa do Serviço Nacional de Saúde. No protesto exigiu-se a demissão do Governo.

São recorrentes os tempos excessivos de espera

A acção visou denunciar o caos vivido no Serviço de Urgências do HGO, face à falta de resposta dos cuidados primários, assim como a decisão da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) de não considerar, no quadro do concurso para preenchimento de 70 vagas de médicos de família, qualquer vaga destinada às unidades de saúde dos concelhos do Seixal e de Almada.

«Derrotar este Governo para continuar Abril» é uma das imposições dos utentes, como se podia ler numa enorme faixa à porta daquele Hospital, que, salientava um outro cartaz, «está doente, em vez de curar mata o paciente».

Nesse sentido, a população, autarcas e utentes dos dois concelhos da Margem Sul do Tejo estavam ali «juntos pelo Hospital no concelho do Seixal». Segundo Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, a construção daquele equipamento seria a melhor forma de descongestionar a urgência e os restantes serviços do HGO.

Por seu lado, Joaquim Judas, presidente da Câmara de Almada, exigiu a demissão do ministro da Saúde e do Governo face à ausência de respostas eficazes ao actual surto de gripe.

Já Luísa Ramos, porta-voz das comissões de utentes, sublinhou que é necessário reabrir alguns centros de saúde e alargar os horários de funcionamento. «O direito à saúde e aos cuidados de saúde está muito para além dos momentos críticos das gripes, porque nós estamos a constatar, todos os dias, que, quer no HGO, quer nos centros de saúde, são recorrentes os tempos excessivos de espera para o atendimento», criticou, reclamando ainda a reabertura dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) e o fim das taxas moderadoras.

Falta de respostas

No final foi aprovada uma moção onde se reafirmava que «a sobrelotação do Serviço de Urgências do HGO resulta da falta de resposta dos cuidados de saúde primários, das reestruturações hospitalares e da demora da construção do Hospital do Seixal, bem como da não contratação de médicos de família para dar resposta aos cerca de 70 mil utentes daqueles dois concelhos», não contemplados por esse direito.

A isto acresce-se que o HGO foi planeado para um universo de 150 mil utentes e hoje é confrontado com o recurso aos seus serviços na ordem de mais de 400 mil.

Dois dias depois do protesto dos utentes, os sete chefes da equipa do Serviço de Urgência do Hospital Garcia de Orta demitiram-se. Os médicos justificaram a demissão com a degradação das condições de trabalho e também a excessiva lotação de doentes internados.

120 milhões no quê?

Na sequência da acção que teve lugar na entrada do Hospital Garcia de Orta (HGO), promovida pelas comissões de utentes da saúde do Seixal e de Almada, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, afastou a possibilidade de construção de um Hospital no concelho do Seixal, devido ao investimento de mais de 200 milhões de euros realizados na Península de Setúbal, dos quais 120 milhões de euros foram empregues no HGO.

Surpreendido com as declarações do ministro, Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, pediu explicações sobre a utilização desse dinheiro, uma vez que a construção do Hospital do Seixal custava apenas metade desse dinheiro (60 milhões de euros). «Há que explicar no que é que o senhor ministro gastou 120 milhões de euros e porque é que este Hospital, onde se gastou 120 milhões de euros, tem ainda as Urgências num estado caótico, quando, com 60 milhões de euros se revolvia o problema», afirmou.

Em declarações à Lusa, o eleito do PCP lembrou ainda que foi o próprio Ministério da Saúde a reconhecer que a solução para descongestionar o HGO passava pela construção do hospital do Seixal.




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