Unidos e em greve
No dia 21, a greve de 24 horas na Soporcel, em Lavos (Figueira da Foz) teve uma adesão superior a 90 por cento, idêntica à verificada na paralisação de dia 14, e a fábrica esteve de novo parada, garantindo os grevistas as condições mínimas de manutenção e segurança, disse à agência Lusa o porta-voz da comissão sindical do SITE Centro-Norte, Vítor Abreu. Os trabalhadores, organizados no sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN, lutam em defesa de direitos relativos ao fundo de pensões e exigem resposta ao caderno reivindicativo.
Sem propostas novas ou concretas do Ministério da Saúde, numa reunião realizada dia 20, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses manteve a convocação da greve para o dia seguinte. Tal como na sexta-feira da semana anterior, dia 14, os profissionais aderiram em massa, com reflexos no funcionamento de hospitais e centros de saúde, assegurando serviços mínimos inadiáveis e impreteríveis. O SEP/CGTP-IN e os enfermeiros exigem a contratação de mais profissionais, para fazer face à grande sobrecarga de trabalho, bem como o justo pagamento das horas trabalhadas para além do horário normal, a progressão na carreira e a reposição da semana de 35 horas.
A greve de dia 24, nos serviços comerciais e de revisão da CP, teve forte adesão e provocou a supressão da maioria dos comboios. Para a Fectrans, esta luta «deve constituir o ponto de partida para a ampliação da unidade de todos os trabalhadores da CP», por objectivos comuns, que a federação recorda, na nota que divulgou na segunda-feira: contra o corte e congelamento dos salários que o OE 2015 preconiza; contra o roubo do direito ao transporte (concessões); pelo cumprimento integral do Acordo de Empresa; contra a redução de trabalhadores e pela reposição do efectivo; contra a redução das indemnizações compensatórias e das obrigações do Estado, que põe em causa o cumprimento das obrigações sociais da CP e ameaça postos de trabalho; pela revogação do Decreto-lei 133/2013 (que veio impor, no sector empresarial do Estado, o pagamento do subsídio de refeição, do trabalho nocturno, do trabalho extraordinário e das ajudas de custo e deslocações segundo os valores, substancialmente inferiores, que são pagos aos trabalhadores em funções públicas); e pelo pagamento das dívidas aos trabalhadores.
A primeira greve que o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte convocou para o sector da Polícia Municipal teve, no dia 19, níveis de adesão entre 30 e 50 por cento, considerados muito bons por uma dirigente. Cristina Cameira disse à Lusa que a luta, de âmbito nacional (excepto Lisboa e Porto, onde os polícias municipais estão equiparados à PSP), visou exigir que a carreira, criada em 2000, seja reconhecida como especial e confira direito a um subsídio de risco, rompendo com uma situação em que os polícias municipais são tratados como assistentes técnicos.