Impunidade no Canadá
A Associação Canadiana de Saúde Pública exigiu esta segunda-feira, 20, que o governo federal leve a cabo uma investigação nacional para apurar as centenas de casos de mulheres aborígenes desaparecidas e assassinadas no Canadá.
Aborígenes são considerados «marginais»
A Associação insta o governo a fazer uma avaliação das ações tomadas em resultado dos inquéritos anteriores, relatórios e investigações sobre desaparecimentos e assassinatos mulheres aborígenes, e
a desenvolver e implementar, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde, um plano de acção integrado para a prevenção da violência que aborde suas causas profundas (http://www.cpha.ca).
Segundo os dados oficiais, as indígenas constituem cerca de quatro por cento da população total feminina do Canadá, mas são 16 por cento das mulheres assassinadas e 12 por cento das desaparecidas entre 1980 e 2012. Um relatório apresentado em Maio último por James Anaya, professor de Direito e relator especial das Nações Unidas para os direitos dos povos indígenas, revela que nos últimos 30 anos pelo menos 1200 mulheres e raparigas aborígenes desapareceram ou foram assassinadas no Canadá, sem que nenhuma investigação formal tenha sido feita à maioria dos casos; os que foram alvo de inquéritos estão quase todos por encerrar até hoje. O estudo instava o governo a investigar todos os desaparecimentos e homicídios de aborígenes, mas o executivo de Stephen Harper tem recusado fazê-lo.
Entretanto a situação continua a agravar-se, o que diversas organizações de defesa dos direitos das mulheres atribuem ao facto de as autoridades considerarem as aborígenes como «marginais».
«O assassinato de mulheres indígenas faz parte de uma visão colonizadora existente no Canadá, que as considera como um objecto de violação. A situação é agravada pela impunidade em que permanecem estes casos», afirma Audrey Huntley, da organização Não mais silêncio; opinião idêntica tem Magali San Martin, vice-presidente da organização Mulher, para quem a polícia ignora ou desvaloriza o desaparecimento dessas mulheres, «porque sempre se referem aos indígenas como marginais, o que faz com que os criminosos se sintam impunes».
Cabe lembrar que o Canadá não subscreveu a declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, porque o governo de Otava não aceita que essas comunidades tenham direito à sua soberania e aos recursos naturais dos seus territórios.
a desenvolver e implementar, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde, um plano de acção integrado para a prevenção da violência que aborde suas causas profundas (http://www.cpha.ca).
Segundo os dados oficiais, as indígenas constituem cerca de quatro por cento da população total feminina do Canadá, mas são 16 por cento das mulheres assassinadas e 12 por cento das desaparecidas entre 1980 e 2012. Um relatório apresentado em Maio último por James Anaya, professor de Direito e relator especial das Nações Unidas para os direitos dos povos indígenas, revela que nos últimos 30 anos pelo menos 1200 mulheres e raparigas aborígenes desapareceram ou foram assassinadas no Canadá, sem que nenhuma investigação formal tenha sido feita à maioria dos casos; os que foram alvo de inquéritos estão quase todos por encerrar até hoje. O estudo instava o governo a investigar todos os desaparecimentos e homicídios de aborígenes, mas o executivo de Stephen Harper tem recusado fazê-lo.
Entretanto a situação continua a agravar-se, o que diversas organizações de defesa dos direitos das mulheres atribuem ao facto de as autoridades considerarem as aborígenes como «marginais».
«O assassinato de mulheres indígenas faz parte de uma visão colonizadora existente no Canadá, que as considera como um objecto de violação. A situação é agravada pela impunidade em que permanecem estes casos», afirma Audrey Huntley, da organização Não mais silêncio; opinião idêntica tem Magali San Martin, vice-presidente da organização Mulher, para quem a polícia ignora ou desvaloriza o desaparecimento dessas mulheres, «porque sempre se referem aos indígenas como marginais, o que faz com que os criminosos se sintam impunes».
Cabe lembrar que o Canadá não subscreveu a declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, porque o governo de Otava não aceita que essas comunidades tenham direito à sua soberania e aos recursos naturais dos seus territórios.