Resistir na Transdev
Os trabalhadores das empresas do grupo Transdev estão a ser confrontados com um conjunto de ataques aos seus direitos, denuncia a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações da CGTP-IN, Fectrans, num comunicado de 28 de Agosto. Para a estrutura sindical, a concretização de alguns destes ataques deve-se quer ao desconhecimento da lei quer à concepção dos administradores de que os trabalhadores se devem limitar a «ver, ouvir e calar».
Ao concreto, a Fectrans acusa a administração do grupo de – para além de procurar, em conjunto com a associação patronal Antrop, reduzir os «já magros salários» dos trabalhadores através da aplicação do conceito de «tempo de disponibilidade» – tentar impor, na prática, a alteração de funções dos trabalhadores.
Em empresas do grupo, como a Trascovizela e a Auto Mondinense, alguns motoristas procediam ao carregamento dos passes em plena viatura (o que viola o artigo 2.º do Regulamento do Transporte Automóvel), ao passo que outros se recusavam a fazê-lo, encaminhando os utentes para as bilheteiras. Na Auto Mondinense, denuncia a Fectrans, a administração respondeu à firmeza dos motoristas com a repressão, instaurando a dois deles processos disciplinares (usando como pretexto duas reclamações de passageiros).
Apelando à resistência e à luta de todos os trabalhadores, a federação sindical garante que se a administração levar a melhor «todos os outros trabalhadores das restantes empresas do grupo verão, num futuro próximo, as suas definições de funções alteradas por imposição das administrações». Os motoristas devem, pois, recusar-se a carregar os passes evitando assim que as empresas venham, no futuro, a justificar despedimentos. Entretanto, a Fectrans e os seus sindicatos estão a preparar a realização de plenários nestas empresas.