Desempregados sem apoios
Num momento em que os dados oficiais apontam para uma redução do desemprego em Espanha, a central sindical Comisiones Obreras (CC OO) vem revelar que afinal os números reais são muito superiores à estatística do governo.
Baseando-se nos dados do Inquérito à População Activa, os investigadores da Fundação 1.º de Maio, centro de estudos das CC OO, concluem que 5,6 milhões de pessoas estão desempregadas em Espanha.
O mesmo estudo indica ainda que apenas 1,8 milhões recebem apoios do Ministério do Emprego.
Por seu lado, o Ministério do Emprego alega que o número de beneficiários se elevou a dois milhões e 469 mil, em Junho, menos 11,9 por cento do que no mês homólogo de 2013.
A discrepância dos dados deve-se ao facto de o governo incluir entre os beneficiários oficiais pré-reformados, trabalhadores com redução da jornada de trabalho e outros a tempo parcial, que nalguns casos recebem compensações do Estado, embora não sejam considerados desempregados.
Ainda assim, a taxa de cobertura do sistema de protecção no desemprego foi de 58,8 por cento, contra 61,9 por cento no ano anterior
Dados do referido inquérito, publicado dia 30 pelo Instituto Nacional de Estatística, mostram que há 740 mil famílias em Espanha sem quaisquer rendimentos, de um total de 1,8 milhões de famílias em que todos os membros estão desempregados.
Perante esta situação de calamidade social, as centrais sindicais CC OO e UGT exigem que o governo atribua aos desempregados de longa duração uma prestação que lhes permita sobreviver.