Teatro de qualidade
O programa da 31.ª edição do Festival de Teatro de Almada, que decorre entre 4 e 18 de Julho, foi apresentado no dia 20. A qualidade é o critério de escolha dos espectáculos.
O Festival apresenta seis estreias, uma delas da CTA
Na apresentação à imprensa da programação do Festival, que decorreu ao final da manhã de dia 20 nas instalações do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, o director da Companhia de Teatro de Almada, Rodrigo Francisco, garantiu que pelos 12 espaços em que se desenrola o certame passarão espectáculos representativos do teatro que se faz no Mundo. Nos 30 espectáculos que compõem o programa do Festival há diversas correntes e formas de abordar o teatro. O critério de escolha? A qualidade, assume o director.
Quanto às estreias, e serão seis nesta edição do Festival, Rodrigo Francisco afirma que «são como os melões», só se sabe se são bons depois de abertos – os segundos, e de apresentados, os primeiros. Mas o teatro é isto mesmo, realçou o director da CTA para quem o risco «é bom», ou não fosse qualquer trabalho o resultado do impulso dos criadores. «Às vezes acertamos, outras não», acrescentou, lembrando porém que um mesmo espectáculo pode ser apaixonante para uns e decepcionante para outros.
Uma coisa é certa: no Festival de Almada não têm lugar o que Rodrigo Francisco chama de «espectáculos Benneton», ou seja, os que são produzidos para correrem vários países e que são iguais em qualquer parte do Mundo.
Como sempre sucede, a Companhia de Teatro de Almada vai ter a sua própria estreia no Festival: Cais Oeste, de Bernard-Marie Koltès, com encenação do croata Ivica Buljan (que encena ainda outra peça). Como salientou Rodrigo Francisco, este é um espectáculo muito diferente dos que habitualmente a companhia leva à cena, fisicamente muito exigente para os actores, mas é igualmente de grande qualidade.
Cidade cultural
Para além do director da CTA, intervieram também na apresentação do programa Samuel Rego, da direcção-geral das Artes; Carlos Vargas, do Teatro Nacional D. Maria II; Francisco Frazão, da Culturgest; o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Almada, António Matos; o autor do cartaz, Manuel Vieira; e o homenageado deste ano, o actor e encenador Luís Miguel Cintra. Quanto a este último, será não apenas alvo de uma exposição evocativa, como habitualmente sucede, como será responsável por um curso de Verão a ser frequentado por estudantes e profissionais de teatro.
Já o vereador do município de Almada, António Matos, lembrou o apoio de sempre da autarquia ao teatro, à companhia e ao festival – da qual é o principal financiador. O compromisso de «não cortar um tostão na cultura», assumido pelo actual elenco municipal, foi uma vez mais cumprido, assumiu com satisfação o autarca.
Quanto ao artista deste ano, não só assina o magnífico cartaz como terá patente uma exposição de desenho na Casa da Cerca, em Almada, até 21 de Setembro, intitulada «Trabalhos Recentes». O autor é conhecido por outras artes, nomeadamente a música, sendo o vocalista e compositor dos Ena Pá 2000 e dos Irmãos Catita.
A marcar a 31.ª edição do Festival de Almada está o regresso do Festival a diversos pontos da cidade ligados às suas origens, no já longínquo ano de 1984, e sobretudo mais próximos da população. A programação completa do Festival pode ser consultada em www.ctalmada.pt/festivais/2014.