70 anos de uma jornada histórica
O PCP está a assinalar o 70.º aniversário das greves de 8 e 9 de Maio de 1944 na região de Lisboa e no Baixo Ribatejo. Estas paralisações, convocadas e dirigidas pelo Partido, mobilizaram milhares de pessoas que reclamavam pão e géneros, num momento marcado pelos açambarcamentos e pelo desvio de recursos alimentares para a Alemanha nazi e para a Espanha franquista.
As greves de Maio de 1944 inseriram-se numa vaga de lutas que, desde o início da década, abalaram o regime fascista. No ano anterior, em Julho e Agosto, cerca de 50 mil operários das duas margens do Tejo tinham já paralisado, levando o governo fascista a consideráveis recuos. A este recrudescer das lutas operárias não foi alheia a reorganização do PCP operada nos primeiros anos da década, na qual Álvaro Cunhal teve um papel determinante.
Aos operários em greve juntaram-se os camponeses; juntos rumaram às sedes dos concelhos, nomeadamente em Loures e Vila Franca de Xira, empunhando bandeiras negras. A repressão foi brutal, mas o fascismo teve que fazer cedências.
Das comemorações fazem parte uma exposição temática, um conjunto de debates (nomeadamente o do próximo dia 4 de Junho, no Centro de Trabalho Vitória) e a realização de duas marchas, hoje e amanhã, em Sacavém e Alhandra, respectivamente.