DHL tem que negociar

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) pretende iniciar com a DHL Portugal o processo negocial visando o estabelecimento de um acordo colectivo que permita aos trabalhadores do serviço expresso manterem salários e condições de trabalho dignas. «Em Portugal temos um bom Acordo de Empresa com a DHL Aviação», o qual poderia, «com as necessárias adaptações», ser estendido a toda a DHL, considerou José Oliveira, da direcção do sindicato.
A reivindicação do SNTCT foi desencadeada depois de a empresa retirar aos 55 motoristas de Lisboa e do Porto uma parte do salário, num total de 210 euros ou 35 por cento do salário, que vinha sendo pago a título de incentivo. O objectivo da Deutsche Post/DHL é forçar os trabalhadores a assinarem um novo contrato com piores condições de trabalho e horários superiores, mas os couriers recusam-se a subscrever o vínculo, isto apesar da pressão movida pelo patronato, que, de acordo com o testemunho dos motoristas, não só deixou de pagar o bónus como ameaça não pagar o trabalho extraordinário, o qual, para mais, nunca foi pago de acordo com a legislação portuguesa, aduz o sindicato.
A luta dos trabalhadores da DHL Portugal e a proposta do SNTCT são apoiadas pela UNI Europa Postal & Logística, que não só «exige o imediato reconhecimento do SNTCT como sindicato representativo dos trabalhadores e o início de negociações», como afirma estar preparada «para a habitual táctica da empresa envolvendo “sindicatos amigáveis” e outros argumentos para não falar com os legítimos representantes dos trabalhadores».
Em nome da UNI Europa Postal & Logística, Cornelia Broos, garantiu, ainda, que a situação vai ser analisada «na próxima reunião com a direcção central da Deutsche Post/DHL e no Comité Europeu de Empresa», e reitera que «a política de lucro à custa dos 9,450 euros [diários] retirados aos trabalhadores não pode ser mais forte do que a necessidade dos trabalhadores pagarem as respectivas contas e alimentarem os seus filhos. Isso não é aceitável e nós vamos activar a solidariedade internacional para obtermos apoio para a luta na DHL em Portugal», concluiu a responsável. 




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