Sinais desmentidos

No Distrito de Setúbal registou-se em Novembro uma taxa de desemprego de 17,9 por cento, com 65 345 desempregados inscritos nos Centros de Emprego. Naquele mês, relativamente ao mês anterior, houve mais de 19 desempregados por dia. Comparativamente ao mês homólogo de 2012, o aumento foi de 3 406 desempregados.
Face ao mês anterior, ocorreu um agravamento da percentagem de desempregados com mais de 55 anos, dos desempregados com idade até 25 anos e dos desempregados com formação académica superior.
Para a União dos Sindicatos de Setúbal, que dedicou a estes dados a sua primeira nota de imprensa deste ano, trata-se de «números que desmentem categoricamente o discurso dos “sinais positivos”, com que os portugueses foram brindados na época festiva, quer pelo primeiro-ministro, quer pelo Presidente da República». A USS/CGTP-IN observou que Passos Coelho e Cavaco Silva «sabem que, com as medidas constantes no Orçamento do Estado para 2014, o resultado será o aumento do desemprego, da exploração e do empobrecimento» e garantiu que «irá continuar a mobilizar os trabalhadores do Distrito de Setúbal para a luta pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, para a luta pela demissão do Governo e a realização de eleições, como forma de se alcançar uma outra política alternativa, de esquerda e soberana».

Os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional mostraram igualmente uma «subida persistente» no Distrito de Coimbra. Numa nota de 26 de Dezembro, a União dos Sindicatos de Coimbra chamou a atenção para essa evolução, contabilizando os desempregados inscritos e os «ocupados»: 29 688, em Julho; 30 100, em Setembro; e 31 003, em Novembro. Apenas em dois meses, há mais 1003 desempregados no distrito, «numa continuada destruição de postos de trabalho, debilitando ainda mais a economia e o tecido social», particularmente no concelho de Coimbra.
A USC/CGTP-IN recorda que, em Agosto de 2011, quando começou a aplicação das medidas impostas pela troika dos credores e aceites pela troika da alternância (PS, PSD e CDS-PP), estavam inscritos 18 170 desempregados. Este número aumentou em 12 833, «tornando catastrófica a situação social».


 


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