Contradições políticas
A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia aprovou, no dia 19 de Dezembro, duas moções apresentadas pela CDU. A primeira refere-se à situação da RTP, onde se exige o fim imediato do processo de privatização e o cumprimento da Constituição da República, e que o Centro de Produção do Norte mantenha a produção existente. Este documento apenas mereceu a abstenção do CDS.
A segunda refere-se ao Orçamento do Estado para 2014, onde se repudia o «esbulho governamental dos recursos das autarquias» e se manifesta solidariedade para com os trabalhadores da administração pública, em particular das autarquias e, ainda, com todos os trabalhadores em geral, reformados e pensionistas. Na moção reclama-se medidas e políticas que desagravem a asfixia das micro, pequenas e médias empresas, assim como dos pequenos agricultores e camponeses. O fim do ataque ao serviço público, da delapidação dos recursos e do património público foram outras das exigências propostas pelos eleitos do PCP.
«Para além do expectável voto contra de PSD e CDS, registou-se a lamentável abstenção do PS, que assim evidencia as suas profundas contradições políticas», acusa, em nota de imprensa, a CDU. O PS votou ainda contra uma moção referente ao «banco de horas» e outra contra a entrega do Centro de Reabilitação Física do Norte, apresentadas pela CDU.
No entanto, a situação mais confrangedora ocorreu quando a CDU, cumprindo o seu compromisso eleitoral, propôs uma recomendação visando a implementação de uma auditoria à situação económica e financeira do município, incluindo as muitas empresas e agências municipais que ao longo dos anos funcionaram sem controlo dos órgãos democraticamente eleitos. Mais uma vez, o PS votou contra essa proposta, inviabilizando-a.