PCP solidário com luta dos profissionais da polícia

Exigências justas

Para o PCP, não há nada que possa apagar a justeza das reivindicações dos profissionais das forças e serviços de segurança e a dimensão da manifestação que realizaram no dia 21.

O ataque aos direitos é mais violento do que subir umas escadas

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O PCP recebeu, no dia 28, uma delegação da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança. Da delegação do PCP faziam parte, para além de Jerónimo de Sousa, Rui Fernandes, da Comissão Política, e Francisco Pereira, do Comité Central.

No final do encontro, em declarações aos jornalistas, o Secretário-geral do PCP destacou a grande manifestação de dia 21, a sua dimensão inédita e os objectivos que animaram os milhares de agentes das várias forças e serviços de segurança que nela participaram. Instado a comentar o episódio da escadaria, Jerónimo de Sousa realçou que os manifestantes «subiram uns degraus acima no protesto e na indignação, é verdade», mas rejeitou a acusação de violência que pairou sobre eles: «Quase faz lembrar aquele célebre poema do Brecht, que todos falam do rio que é violento e nunca falam das margens que o apertam. Este Governo está a apertar com a vida destes cidadãos, membros das forças de segurança. O que é mais violento? Não será mais violento a destruição de vidas, de condições para uma vida digna por parte destes profissionais?».

O dirigente do PCP salientou ainda que o Governo invoca com regularidade «deveres e regras», nada dizendo sobre o constante desrespeito aos direitos de quem «exerce esta função tão sensível».

Já Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), falando em nome da Comissão Coordenadora Permanente, anunciou a realização de uma reunião para analisar a manifestação, deixando desde logo uma certeza: «se não tivermos respostas de acordo com aquilo que esperamos, é evidente que vamos continuar a lutar. Até ao momento não temos, por parte do Governo, nenhuma resposta para não estar a apontar novas formas de luta».

Os polícias, lembrou o dirigente sindical, «estão a ser tão violentados, a ilegalidade é tanta, que os próprios profissionais já não sabem bem até onde vai a legalidade e a ilegalidade». Aliás, prosseguiu, comparando as «ilegalidades», facilmente se conclui que as que têm sido cometidas contra os profissionais são «muito maiores do que aquela pequena ilegalidade de subir uns degraus da Assembleia da República».

Presidente do STJ

No dia 20, uma delegação do PCP dirigida pelo Secretário-geral Jerónimo de Sousa, esteve reunida com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, conselheiro Henriques Gaspar. Esta reunião, pedida pelo PCP, inseriu-se no normal relacionamento institucional e teve por objectivo transmitir àquela que é a quarta figura do Estado as preocupações do PCP sobre a evolução do País, as soluções por si preconizadas e os contributos e propostas dos comunistas para tirar Portugal e o seu povo da situação em que se encontram.

No encontro, houve oportunidade de colocar as questões relativas ao sistema judicial, com destaque para as crescentes limitações ao direito de acesso à Justiça e para os perigos que cercam a independência do poder judicial, pilar do regime democrático. Integraram a delegação do PCP o membro da Comissão Política Rui Fernandes, o presidente do grupo parlamentar do PCP João Oliveira e ainda José Neto, membro do Gabinete para as questões da Justiça.



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