Magnífica jornada nacional
A CGTP-IN saudou as «centenas de milhares de trabalhadores, que participaram com grande determinação em centenas de acções de luta, por todo o País», numa «magnífica acção nacional de indignação, protesto e luta».
Fez-se ouvir por todo o País um imenso clamor
Esta jornada – destaca-se no comunicado que a central divulgou ao fim da tarde de anteontem – «constituiu mais um passo importante na caminhada firme e decidida para tornar cada vez mais próximo o fim deste Governo». Fez-se ouvir «um imenso clamor de protesto e de luta contra o programa de agressão das “troikas”, pela demissão do Governo do PSD/CDS-PP e a convocação de eleições antecipadas, pela ruptura com a política de direita que desde há várias décadas oprime os trabalhadores e o povo».
Na descrição das acções realizadas, a Intersindical refere greves e paralisações, plenários com saídas à rua e deslocações às administrações, manifestações e concentrações distritais, vigílias e desfiles em inúmeros concelhos e freguesias, concentrações e ocupações em repartições de Finanças, hospitais e outras unidades de Saúde, em delegações da Segurança Social, postos dos Correios, escolas e delegações do Ministério da Educação, delegações do Instituto do Emprego. Refere ainda os «fortes buzinões» em várias estradas e avenidas, culminando com o «estrondoso buzinão» no final da manifestação em São Bento.
Aveiro
Concentrações, de tarde, junto ao Centro Segurança Social de Aveiro e junto à Repartição de Finanças de Paços de Brandão. Plenário à entrada da Groz Beckert.
Beja
Concentração, de manhã, na Praça das Portas de Mértola e desfile até ao CR da Segurança Social.
Braga
Concentração no dia 25, às 21 horas, em Guimarães, na central de camionagem, e desfile para o Largo das Oliveiras. No dia 26, de manhã, concentrações em Barcelos (Escola António Fogaça), Famalicão (CTT), Guimarães (IEFP), Vizela (Finanças); de tarde, em Braga, concentração no Parque da Ponte, com desfile até à Arcada; paralisação e plenário das empresas Bosch Multimédia, Delphi, Fehst e Diário do Minho, no exterior do Complexo Grundig. Concentração na Moviflor.
Castelo Branco
Na Covilhã, de tarde, «Encontro da Indignação», no Largo 5 de Outubro.
Coimbra
Concentração, de tarde, na Segurança Social, e deslocação aos CTT, no centro da cidade.
Algarve
De tarde, concentrações em Faro (Largo de São Pedro), Portimão (frente ao Hospital do Barlavento), Aljezur (Finanças), Monchique e Silves (junto às câmaras municipais) e Vila Real de Santo António (frente à Escola de Hotelaria).
Évora
Na capital do distrito, concentrações no Parque de Máquinas da Câmara e junto à Segurança Social, de manhã, e junto ao IEFP e na Praça do Giraldo, de tarde. Em Montemor-o-Novo, concentração junto à CM e desfile, de manhã; concentração no Largo Calouste Gulbenkian, de tarde. Em Arraiolos, concentrações no terminal rodoviário, seguida de desfile (de manhã), e junto às Finanças, com desfile até ao tribunal (de tarde). Em Borba, concentração de tarde, junto às Finanças.
Guarda
Concentração, de tarde, na Rua do Comércio.
Leiria
À tarde, «cordão humano» para a Segurança Social.
Porto
A jornada de luta da CGTP-IN no distrito do Porto foi plena de protestos, a maioria dos quais promovida pela União de Sindicatos do Porto, reunindo milhares de pessoas que exigiram a reprovação do Orçamento do Estado, associando-a a reivindicações sectoriais.
Junto à DGESP (ex-DREN), ainda na noite do dia 25, teve lugar uma vigília. Professores, auxiliares de educação, alunos e outras pessoas denunciaram a degradação da qualidade do ensino, a falta de meios materiais e humanos nas escolas e o ataque ao ensino público.
Às primeiras horas do dia 26, arrancou a greve na STCP, com uma fortíssima adesão, a rondar os cem por cento. Uma vez mais, na cidade do Porto não circulou qualquer autocarro daquela transportadora, numa clara expressão de repúdio dos trabalhadores perante um OE que os penalizará fortemente.
Profissionais da saúde e utentes realizaram, ao início da manhã, uma concentração junto à ARS Norte, denunciando as consequências desastrosas da política de cortes e da entrega de importantes infra-estruturas a privados.
Ainda durante a manhã, em Matosinhos, juntou-se uma centena de pessoas no protesto organizado pela Comissão de Utentes das Finanças de São Mamede de Infesta, contra o encerramento daquele serviço público.
Ao princípio da tarde, junto às instalações da Segurança Social, na Rua Miguel Bombarda, mais de uma centena de trabalhadores, reformados e pensionistas protestaram contra o corte nas pensões, reformas e apoios sociais.
Sensivelmente à mesma hora, o SITE Norte realizou um protesto junto à delegação da ACT e do Ministério do Trabalho, contra o encerramento e deslocação de empresas e pelo desbloqueamento da contratação colectiva.
Em inúmeras empresas, foram realizados plenários de trabalhadores, houve entrega de abaixo-assinados às administrações e outras iniciativas, destacando-se a greve do pessoal da cantina do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa.
Ao final da tarde, realizou-se uma concentração na Praça da Batalha.
Santarém
De tarde, concentração na Segurança Social e «cordão humano» na cidade.
Setúbal
Concentrações, de manhã, em Almada (e protesto no viaduto do Pragal), Seixal (EN 10 e parque industrial, serviços centrais da Câmara), estaleiro da Lisnave); de tarde, em Setúbal (Praça do Brasil, com ida à Segurança Social), na Moita (Matão, desfile para a Praça da República); buzinões na Quinta do Conde e na Volta da Pedra.
Viana do Castelo
Acção na Praça da República, de manhã, e plenário distrital de sindicatos, à tarde.
Vila Real
Concentração, de tarde, junto ao Palácio da Justiça.
Viseu
Concentração, de tarde, na Rua Formosa. Acção em Vila de Frades, contra o encerramento das Finanças.
Funchal
Concentração, de tarde, na Placa Central.
Empresas e sectores
Greve na Solnave (cantinas e refeitórios), concentração nos Serviços Sociais e participação na manifestação em Lisboa. Greve na STEF (Santa Iria de Azóia). Concentração na Soplacas. Acção na Brisa (Maia). Concentração na Coopofa (Faro). Greves (até quatro horas) na Sakthi, Preh, Caetano Bus e Paracelsia (Porto). Greves na Valorsul, EPAL, Simtejo (Lisboa, Grupo Águas de Portugal) e concentração no Ministério do Ambiente. Greves na Visteon, Delphi, EDP Distribuição e Randstad (com concentração na sede da EDP). Paralisação (até duas horas por turno) na Kemet, Évora. Acções em empresas têxteis na Maia e em Penafiel. Greve na GSET (Lisboa). Concentração na Securitas (Portimão). Plenário do pessoal dos Estabelecimentos Fabris do Exército (Santa Apolónia, Lisboa).
Buzinões, de manhã, no IC 19 (Amadora e Sintra), e junto ao Ministério das Finanças (Lisboa). Concentração frente ao Millenium BCP (baixa de Lisboa).
«Cultura em Luta», ao fim da tarde, junto ao Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa). Professores distribuíram um folheto à população, junto de várias escolas, e em Coimbra (EB 2.3 da Pedrulha) foi simbolicamente queimado o OE.
Taxistas de Lisboa (FPT e Antral) concentraram-se, de manhã, junto ao Campo das Cebolas e desfilaram, com os veículos, até ao Parlamento.