Os mercados do futuro e o discurso do poder…
«A crise alimentar é real. O preço dos alimentos sobe cada vez mais. As reservas caem. O mesmo acontece com o petróleo e isto coloca muitas nações e povos que não produzem agroalimentos ou carburantes numa situação desesperada. Será este estado de coisas resultado de simples coincidências ou consequência e efeito de um plano para o domínio mundial?» (Eduardo Dimas, “A crise de alimentos e a América Latina “, 2008 ).
«Controlando a Energia, controlamos as nações; controlando a comida, dominamos os cidadãos… A América e os seus parceiros têm uma oportunidade única para transformarem um momento de crise numa visão de esperança… O mundo precisa de uma Nova Ordem internacional ou terá de enfrentar o Caos!
Sim, muitas pessoas morrerão quando a Nova Ordem for estabelecida. Mas será
um mundo bem melhor para aqueles que sobreviverem!» (Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, «The Cutting Edge», 2001).
«À medida que a opressão se estende por todos os sectores da vida, a revolta assume aspectos de guerra social. Os motins renascem e prenunciam a futura Revolução. Conhecemos o rosto do totalitarismo moderno a que chamamos “democracia liberal”. É urgente dar-lhe o seu verdadeiro nome: sistema mercantil totalitário. A destruição da sociedade mercantil totalitária não é um caso de opinião. É uma necessidade absoluta num mundo que parece de antemão condenado… É na unidade de todas as forças revolucionárias que devemos trabalhar!» (Jean-François Brient, “Da servidão Moderna“).
Nunca será demasiado destacar a força política da palavra. Sempre assim foi, como é evidente, mas nunca a organização científica do discurso vazio foi tão longe como actualmente. Quanto mais «ouvimos e lemos» menos percebemos. Quanto menos percebemos, mais nos desinteressamos. Os ricaços, então, esfregam as mãos, de contentes. Os censores do fascismo que tudo cortavam às cegas são, agora, peças de museu. Hoje, basta falar, falar, debitar rios de palavras, mas nada dizer. O povo, a comunidade a que pertencemos, bem percebe que está a ser enganado; mas tolhe-lhe a fala o «complexo das elites»: os senhores, os «illuminati», os milionários, é que tudo sabem… Foi assim que, na passagem do tempo, a Igreja pregou…
Quanto muito, os descontentes murmuram como um poeta escreveu: «mal empregado privilégio, a fala que revela a verdade em que pensamos, as palavras gastando em ocultá-la!» Depois, esquecem e passam adiante. Semanas decorridas, do crime nem sequer ficou memória.
Jamais os portugueses souberam tão pouco do que se passa em Portugal e no mundo. Por todo o lado para onde se viram, os poderes dominantes ensurdecem-nos com a liturgia da palavra: a luz ao fundo do túnel, as irresistíveis tróicas diabólicas e todo-poderosas, os mercados futuros mas presentes, os «cortes» como ética política, a santidade dos príncipes da Igreja, fontes de escândalos e grandes senhores da banca, o tráfico de divisas e do dinheiro tóxico ou as vozes de comando das sociedades secretas que dirigem as guerras, o poder político e o crime organizado. Os maiores criminosos sabem assumir um olhar angélico quando falam em swaps, contrapartidas, capitais de risco, bancos alimentares, combate à fome, à miséria e ao desemprego, filantropia, caridade ou estado social. Mentem, saqueiam e acumulam fortunas roubadas aos pobres e aos trabalhadores. Em grande parte ficam impunes. Os cidadãos pouco percebem daquilo que os seus salteadores escondem.
O agronegócio procura estes palcos mundiais para se exibir. Afirma que rompeu com a História mas repete-a. Como sempre, os mais ricos esmagam os menos ricos, o imperialismo viola a autonomia dos estados e os mais fortes cilindram os mais fracos. O mesmo com a fome, a riqueza e os direitos sociais. Vive-se, à mesa do dinheiro, um verdadeiro bacanal. «Deixem-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis…», uma clara declaração de Mayer Rotschild, um dos illuminati do grande capital sem pátria. O neoliberalismo é área franca, porta aberta aos nazis.
A mentira é uma arte que só os anti-fascistas recusam praticar. Mas tem métodos e estratégias que importa conhecer para melhor os combatermos.
Vamos contar uma história que pode ajudar-nos a ler nas entrelinhas das intrigantes mentiras com que constantemente nos bombardeiam.
(continua)