EUA acusados de espiar UE

A Agência Nacional de Segurança (NSA) espia os escritórios da UE em Washington e as comunicações efectuadas a partir de Bruxelas, a sede da ONU, e armazena milhões de comunicações efectuadas na Alemanha. A acusação, divulgada na edição do passado fim-de-semana do periódico Der Spiegel, baseia-se em informações fornecidas por Edward Snowden, que se encontra no aeroporto de Moscovo aguardando permissão para viajar para o Equador, país ao qual solicitou asilo político.

Segundo a publicação alemã, documentos entregues pelo ex-membro da CIA, classificados pela NSA como de elevada confidencialidade, explicam como eram espiadas a representação diplomática da UE na capital dos EUA e o edifício das Nações Unidas em Nova Iorque (onde a secreta norte-americana tinha microfones), bem como a rede informática ligada a Bruxelas, permitindo-lhe aceder a correios electrónicos e arquivos de computadores.

Ainda de acordo com o Der Spiegel, desde 2008 que os especialistas da UE seguem a pista de numerosos ataques informáticos, localizando-os na Sede da Nato, também em Bruxelas.

A revista germânica adianta igualmente que os EUA armazenam diariamente 20 milhões de conversas telefónicas e mensagens de texto, bem como mais de 13 milhões de comunicações via Internet na Alemanha, mantendo um interesse particular e sistemático na cidade de Frankfurt, considerada a capital financeira da UE.

A notícia desencadeou uma onda de indignação, com Berlim, Paris e Bruxelas a pedirem explicações e a considerarem que entre parceiros não pode ser quebrada a confiança, tanto mais que estão em curso negociações para promover o livre-comércio transatlântico.

Há cerca de doze anos rebentou um outro escândalo envolvendo espionagem global anglo-norte-americana, o Echelon.



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