CMP reuniu em Portugal

Mais força à paz

O CPPC acolheu, no fim-de-semana, as reuniões do Secretariado e da Região Europa do Conselho Mundial da Paz (CMP), das quais saiu a firme intenção de reforçar o movimento num momento em que ele é tão necessário.

O reforço do movimento da Paz é essencial

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Num comunicado enviado anteontem pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que integra o Secretariado do CMP e é coordenador da Região Europa, destaca-se a importância das reuniões realizadas no Seixal, que representaram um «assinalável contributo para o reforço do movimento da Paz». Em debate estiveram questões como a ingerência na Síria, que teve no levantamento, pela UE, do embargo à venda de armas à chamada «oposição» um último e particularmente gravoso episódio; bem como a situação na Turquia, no Médio Oriente, na Ásia e na América Latina. A exigência do desarmamento, da dissolução da NATO e do fim das bases militares estrangeiras e outras instalações militares foram igualmente reafirmadas, a par da solidariedade com a luta dos povos pela sua soberania.

Para além do balanço às mais recentes iniciativas levadas a cabo pelas organizações-membro do CMP, foram debatidos assuntos relacionados com o reforço da organização a nível global e decididas diversas actividades, entre as quais três campanhas internacionais: «Contra o militarismo e a guerra – por um mundo de Paz», que dê especial atenção à luta contra a NATO, que culmine num conjunto de iniciativas, em diversos países, em torno do 4 de Abril de 2014, com destaque para uma acção junto da sua sede, em Bruxelas; uma outra de solidariedade para com a Síria e contra a agressão externa e as sanções ao Irão; e uma terceira assinalando os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial.

Na reunião do Secretariado do CMP participaram, enquanto membros ou observadores, organizações vindas do Alemanha, Bélgica, Brasil,Chipre, Congo, Cuba, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia, Grécia, Irão, Irlanda, Letónia, Nepal, Noruega, Palestina, Turquia, Venezuela e, claro, Portugal.

No sábado à tarde, com a presença das delegações estrangeiras, realizou-se um fórum público, no qual intervieram, entre outros, Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz, Ilda Figueiredo, presidente do CPPC, e Alfredo Monteiro, edil do Seixal e presidente do Conselho Directivo da Associação de Municípios da Região de Setúbal, co-organizadoras do evento.



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Apesar da intensa campanha de intoxicação pública contra a ideologia comunista, os comunistas e o seu projecto de sociedade, a União Soviética e a construção do socialismo, Lénine e Stáline recolhem avaliações positivas de 55 e 50 por cento, respectivamente. Valores semelhantes, segundo o inquérito do Levada, são obtidos por Khruchov (45 por cento) e Brejnev (56 por cento).

Já Gorbachov e Iéltsin são considerados pela maioria como figuras de acção perniciosa, motivando avaliações negativas da parte de 66 e 64 por cento dos questionados, e o valor de aprovação mais baixo entre as figuras consideradas, 22 por cento.

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Metade dos rendimentos mundiais é controlado por oito por cento dos mais ricos, afirma um dos principais investigadores do Banco Mundial. Desvendando algumas das conclusões que fará publicar num artigo na revista «Global Policy», Branko Milanovic revelou, igualmente, que «a desigualdade mundial é muito maior que a desigualdade em qualquer país concreto».

Os dados apurados permitiram ao economista constatar também que um por cento mais ricos do planeta possuem quase 50 por cento do conjunto dos activos pessoais. Este grupo restrito é composto em grande medida por norte-americanos e europeus oriundos de famílias que acumularam fortunas ao longo de décadas, passando-as de geração em geração.

Milanovic afirma ainda que aquela elite viu o respectivo património aumentar em mais de 60 por cento entre 1988 e 2008, ao passo que os ingressos dos 5 por cento mais pobres ao nível global não registaram alterações significativas.