Cerca da 8,6 milhões de pessoas, 14 por cento da população, vivem em situação de pobreza na Itália, segundo indica o último relatório do Instituto Nacional de Estatística (ISTAT), divulgado dia 23.

O estudo revela que o número de italianos confrontados com a pobreza duplicou nos últimos dois anos, em consequência directa das políticas de austeridade impostas pela chamada troika.

Milhares de famílias preenchem mais de quatro dos nove indicadores de pobreza, entre os quais se inclui a falta de meios para o aquecimento das habitações, aspecto que já afecta uma em cada cinco pessoas, ou seja o dobro do que em 2010.

Na categoria de pobres entram igualmente as pessoas que não podem consumir alimentos ricos em proteínas, caso da carne, uma vez em cada dois dias. A sua percentagem em relação à população total passou de 6,7 em 2010 para 16,6 em 2012.

O relatório indica também que o poder de compra caiu 4,8 por cento no ano passado, queda «excepcionalmente elevada» que foi provocada em grande parte pela subida dos impostos.

A situação de profunda crise afecta em particular a população juvenil. O estudo do ISTAT conclui que Itália é um dos países da UE com maior percentagem de jovens que não estudam nem trabalham. Nesta situação encontram-se 23,9 por cento dos indivíduos com idades entre os 15 e os 29 anos, taxa que aumenta para mais de 30 por cento nas regiões de Sul.

A taxa de desemprego atingiu os 11,5 por cento, em Março, afectando quase três milhões de pessoas em todo o país.