Reforma agrária corrigiu injustiça no Zimbabué

A confiscação de terras a latifundiários e a sua distribuição por pequenos agricultores do Zimbabué corrigiu uma injustiça histórica e, simultaneamente, teve resultados económicos e sociais muito significativos para o país. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo por dois investigadores britânicos e uma académica zimbabweana, compilado num livro sob o título «Zimbabué recupera a sua terra».

Joseph Hanlon, Teresa Smart e Jeannette Manjengwa sustentam que «finalmente, de certa forma, foi corrigida a injustiça, porque uma extensão de terra que estava nas mãos de cerca de quatro mil agricultores brancos foi distribuída a cerca de 150 mil famílias de pequenos agricultores zimbabueanos negros, cujos antepassados viram a sua terra confiscada nos anos de 1940 e 1950».

Em declarações à agência Lusa, Hanlon e Smart, que consideram que o modelo deve ser aplicado em Moçambique, explicaram que os dados da investigação permitem afirmar que é falsa a ideia de que o presidente Robert Mugabe tenha usado a reforma agrária para distribuir terra pelos generais e outros apaniguados do partido ZANU-PF, cujo suposto objectivo seria reforçar a lealdade de um alegado séquito interessado em perservar o poder.

Na verdade, os cálculos dos investigadores apontam que 90 por cento da terra foi entregue a dezenas de milhares de agregados camponeses. Acresce o facto de, passada mais de uma década sobre o início do processo, os pequenos agricultores terem não apenas demonstrado ser tão capazes de trabalhar a terra com igual ou maior rentabilidade do que os agrários, como, ainda, os números demonstram que o Zimbabué estará próximo de garantir a autosuficiência alimentar e começar a exportar.

«Achamos que agora o sector agrícola zimbabueano voltou a ser o mais dinâmico», afirmou Joseph Hanlon à Lusa.



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